“SOCORRO! MEU FILHO BATEU A CABEÇA!”

por Dr.  Dorian Domingues
30 de janeiro de 2023

*** Atenção: leia atentamente esse manual de instruções antes de precisar usá-lo.

“Eu só virei pra pegar a fralda e… ai, socorro, caiu!”

Calma, acontece. E agora? O que fazer?

Primeira atitude: pare de ler esse texto e olhe pro seu filho. E aí, sim, vamos conversando. Respire fundo e não se desespere: você provavelmente também já caiu assim um dia (quem nunca?).

Ainda que seja muito preocupante, o traumatismo cranioencefálico (TCE) geralmente evolui bem e sem maiores complicações que não o susto, e o consequente aumento da vigilância.

Mas, afinal… o que é o TCE, e quando devo me preocupar? Vem comigo!

Primeiro alerta: o TCE pode ser fatal, na dependência de sua intensidade! Esse é um texto genérico sobre acidentes domésticos e de menor gravidade, os mais habituais do dia a dia.

O cérebro é o órgão mais importante do nosso corpo, tanto é que habita uma fortaleza (o crânio).  O TCE é qualquer forma de impacto contra o crânio e o cérebro. Pancadas (quedas, trombadas, acidentes), perfurações por objetos diversos, lesões neurológicas por abalos repetitivos (shaking baby) … todos esses são exemplos de TCE.

Dada a relevância do cérebro, todo TCE é potencialmente grave e como tal deve ser rigorosamente monitorizado. Mas quais são os sinais de alerta?

Para ser muito chato, qualquer TCE deve ser observado no longo prazo. Para ser prático, o mais importante são as primeiras 24-48 horas. E segue abaixo a lista de sintomas preocupantes.

Ainda que possa ocorrer em qualquer idade e circunstância, o TCE na infância geralmente ocorre em ambiente doméstico e é particularmente comum em lactentes menores que 02 anos (o famoso “ caiu da cama /mesa/ sofá/ escada/ colo”). Nessa idade a curiosidade é imensa, o equilíbrio é precário e a cabeça é proporcionalmente maior.  Ou seja: só falta você virar pra trás e… bateu!

Os sinais e sintomas a serem observados variam conforme a idade: choro (= dor = irritabilidade) e abaulamento da fontanela (“moleira estufada” nos bebês), tonteira, dor de cabeça,  distúrbios sensoriais, perda do equilíbrio ou de faculdades adquiridas (fala enrolada, etc) e, principalmente VÔMITOS , um indicador de potencial dano cerebral.

Nesses casos, procure um PA (pronto-atendimento).

“Mas bateu e deu galo. E agora?”

Só amassou? A comparação mais fácil e manjada aqui é com um acidente automobilístico (“batida de carro”). Nessa situação o carro (crânio) sofre um impacto (energia cinética) que pode ou não afetar o motorista (cérebro) dependendo de como essa energia se dissipa (ou não).

Assim, estragos na “lataria” (galos = hematomas, cortes, arranhões, etc) não são necessariamente acompanhados de danos ao “motorista” do veículo. Daí que em muitas vezes o galo é enorme, e o cérebro nada sofre. Ufa!!

Já em outras o estrago na “lataria” é pequeno, mas o “motorista” apresenta sintomas (vide parágrafo anterior)  procure um PA.

“Depois da batida ele dormiu. E agora?”

É natural: depois da tempestade vem a bonança. Na hora do stress são liberadas substâncias estimulantes para nos prepararmos para o pior (briga ou fuga – adrenalina e etc). Depois de processarmos a informação, tudo volta ao normal e o corpo pede um pouco mais de calma = soninho.

Deixe dormir e observe. Pessoas que dormem suspiram, se mexem, resmungam, mudam de posição. Cutuque-o de vez em quando e veja se reage. Se estiver assim, provavelmente está tudo bem. Se não, pronto-atendimento (PA).

“Ele está bem, mas na hora da batida saiu sangue ou uma água pelo nariz ou ouvido.”

Sinais muito sugestivos de fratura óssea (base de crânio). Fatores de risco para meningites e outras infecções, além de indicativos de trauma mais intenso. Procure um PA.

“Eu não sei se ele está bem ou não. O que eu faço?”

Procure um PA. Essas são dicas gerais sobre o TCE, que absolutamente não substituem a avaliação presencial. Em caso de dúvida procure sempre um PA. Se for constatado dano cerebral, já se inicia o tratamento. Se não, seu filho volta pra casa com mais segurança. E todo mundo fica feliz!

MEU BEBÊ GOLFA MUITO E TEM MUITA CÓLICA: É APLV, RGE OU INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

por Dr. Dorian Domingues
05 de dezembro de 2022

O tema desse texto é bastante complexo, então vamos começar com um tom bem-humorado

Dizem que só as mulheres são capazes de diferenciar coisas aparentemente muito próximas. Como se diz na piada: distinguir as cores creme, nude, areia e bege claro

Pois bem, se há um tema que é bastante confuso em pediatria é a intolerância alimentar, São cinquenta tons de indigestão que dificultam muito o diagnóstico preciso da causa, mas vamos tentar te ajudar.

Primeira regra: o melhor alimento para o bebê é o leite materno, e ponto. Não existe essa de “leite fraco” (embora exista, claro, a produção insuficiente de leite – hipogalactia, que necessita de suplementação). E também é óbvio que excessos alimentares por parte da mãe redundem em disfunções digestivas no bebê, o que também NÃO quer dizer que a mãe tenha que fazer nenhum tipo de dieta severamente restritiva – só manter uma alimentação equilibrada.

Dito isso, vamos tentar separar as três disfunções digestivas mais comuns dos bebês.

1) REFLUXO GASTROESOFÁGICO:

Praticamente regra entre bebês menores que 06 meses e que tem relação com a postura corporal, o tipo de alimento (líquido) e a imaturidade da válvula que regula a junção entre esôfago e estômago; temos um artigo completo sobre esse tema aqui;

2) INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Nesse caso o bebê tem uma deficiência na produção da lactase, a enzima que digere a lactose (presente inclusive no leite materno). Pode ser absoluta (= tolerância zero) ou quantitativa (até certo volume de oferta).

Na ausência de lactase  esse açúcar não é digerido e sofre fermentação, geralmente resultando em muita flatulência (cólicas, gases, distensão abdominal) e fezes líquidas e “explosivas”.

Nesse caso o bebê pode receber leite materno ou suplementação com fórmulas sem lactose,mas não há restrição à proteína do leite de vaca. As manifestações são exclusivamente digestivas.

3) ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE DE VACA (APLV)

Aqui já é mais complicado. Mesmo que não  haja intolerância à lactose, as fórmulas deslactosadas não servem, pois contém a proteína. São  necessárias fórmulas totalmente isentas de leite de vaca (arroz, soja, etc) ou extensamente hidrolisadas (= pré-digeridas a aminoácidos).

Geralmente é a pior forma de intolerância, porque envolve a produção de anticorpos e afeta outros sistemas (respiratório, pele) propiciando episódios de alergias e/ou infecções de repetição.

A solução aqui é a dieta rigorosa e o uso de fórmulas especiais até a dessensibilização, que pode nunca ocorrer. Nesse caso, é dieta ad eternum. Se servir de consolo: no Oriente, que abriga a maior parte da população, não se consome leite. E vida que segue.

4) SINAIS DE ALERTA:

Perda de peso / atraso no crescimento ou episódios sucessivos de quadros respiratórios ou digestivos são sinalizadores de eventuais problemas.

Apesar de serem situações preocupantes, todas essas intolerâncias tendem a desaparecer com o tempo. Mas, se precisar, temos o suporte que você precisa!

Além do nosso alergista (Dr. Renato Camilo Dárcio), nossos gastroenterologistas pediátricos estão à sua disposição para te ajudar nessa travessia nutricional.

Por que zero sal e açúcar?

por Dr. Dorian Domingues
02 de dezembro de 2022

Quiz test:

Por que os médicos e nutricionistas recomendam zero sal e zero açúcar até os 02 anos de vida?

(a) porque biologicamente não fariam parte da nossa dieta;

(b) porque não conseguem nos proibir além dessa idade kkk

(c) todas as acima estão corretas.

Bem-vindo, leitor, já demos os spoilers e leia o texto se quiser saber mais. Se gostar deixe seu like e divulgue, vamos divulgar a Ciência!

Primeiro ponto: sal e açúcar não são consumidos in natura  e em estado puro por outras espécies animais (que é o que somos). Já seria o suficiente, mas vamos além.

Segundo ponto: os hábitos da infância viram vícios em adultos. Assim, menos é mais. Zero sal e zero açúcar!

1) O SAL

Extraído principalmente da água do mar (mas presente até em desertos) o condimento literalmente dá gosto à vida, a ponto de chegar a exaltações religiosas (o sal da terra), foi uma das primeiras commodities (os soldados romanos eram pagos com sal – daí a expressão latina “salarium”, e o ditado “você não vale o sal que come”) e também serve como tempero de churrasco e depuração de  energias ruins (banho de sal grosso). Mas…

O consumo excessivo de sal é nocivo à saúde, gerando hipertensão arterial, uma das doenças crônicas mais comuns na atualidade, e que abrevia a vida de muitos.

O sal já é (e muuuuito) incluído em vários alimentos do nosso dia-a-dia (inclusive a batata frita que você compra). Portanto, usar o saleiro na hora da refeição é como um adiantamento da Inevitável. Controle-se!

E, obviamente, não oferte comida salgada ao seu filho enquanto puder.

2) O AÇÚCAR

Reza o mito que as três vinganças dos índios americanos contra os invasores europeus foram o tabaco, a sífilis e o açúcar. Boa maldição.

O tabaco está em extinção, a sífilis é evitável, mas o açúcar é onipresente. Principalmente nos alimentos infantis.

O sabor adocicado é sempre um dos preferidos pelas crianças, até porque é percebido pelas papilas mais frontais da língua. E se você oferece ao bebê uma coisa que ele gosta, ele se vicia.

Entre achocolatados e biscoitos, bolos & similares tão frequentes (folguedos, aniversários…) lá se vai a vigilância, e a necessária marcação sob pressão. Zero, açúcar!

Uma hora a zaga vai ceder, mas que demore. Quanto mais cedo o hábito, maior o vício e a recorrência. E o consumo excessivo de açúcares (em si, macarrão, pão, biscoito…) traz o risco agravado de sobrepeso/obesidade ( e diabetes  e hipertensão, no limite).

Como diria Vinicius de Moraes (falava sobre o amor) : “Que (o controle) não seja eterno, mas que seja infinito enquanto dure”.

Mantenha a guarda, e garanta a saúde do seu filho! Se precisar conte com a nossa nutricionista! Aqui a equipe é multidisciplinar!

Rola, senta, engatinha direitinho

por Clínica da Criança e do Adolescente
01 de novembro de 2022

O primeiro ano de vida possui uma curva de aprendizado muito grande para o bebê, os primeiros marcos motores aparecem com o controle de cabeça, o rolar, o arrastar e mais tarde o sentar, o engatinhar e a marcha no final preparando para andar.

Cada vez que o bebê aprende uma habilidade, ele se esforça para dominá-la, então ele vai ficar repetindo várias vezes e, dependendo da idade, poderá demonstrar claramente a satisfação por ter conseguido, podendo bater palminha ou sorrindo quando conseguir.

Estimular o bebê é fundamental, oferecendo um ambiente seguro, a liberdade de brincar no chão, podendo ser um tatame firme, brinquedos apropriados para idade, sempre buscar o contato olho a olho, reconhecer o feito alcançado de forma verbal (olha filho, você conseguiu se sentar sozinho!), não querer adiantar as etapas.

Muitas mães e pais sentem uma ansiedade em ver a criança desenvolvendo suas habilidades, mas todas elas dependem do desenvolvimento neuronal e físico da criança, por isso é importante proporcionar os estímulos certos e observar o que é esperado para cada etapa.

Alguns pais ainda insistem em querer colocar os bebês em andadores, o que além de ser perigoso, pelo risco de quedas e pela velocidade que a criança pode alcançar e acabar perdendo o controle, ele ainda prejudica o entendimento de qual é a postura correta e a pisada que ela precisa para se equilibrar. Os ossos, músculos, sistema visual, cérebro e equilíbrio precisam estar bem orquestrados, para que os marcos sejam atingidos.

Lembrando que um marco de desenvolvimento é previsto para uma idade, mas se, por exemplo, o seu filho fez oito meses e ainda não senta sozinho, isso não é exatamente um problema, mas é preciso atenção para analisar tônus muscular, estímulos e os outros pequenos desenvolvimentos até este período.

Então, parodiando a música do momento: “rola, senta, engatinha direitinho”, estimule, acompanhe e tenha um pediatra para tirar as suas dúvidas. O desenvolvimento motor diz muito sobre o desenvolvimento neurológico, por isso é importante entender sobre esse assunto.

O que é a Neuropsicopedagogia?

por Karla Magalhães, neuropsicopedagoga da Clínica da Criança
19 de outubro de 2022

Com a junção da Psicologia e da Pedagogia, originou-se uma nova ciência transdisciplinar, a Neuropsicopedagogia, cujo objetivo é compreender as funções cerebrais para o processo de aprendizagem, com intuito de avaliar, reabilitar e prevenir problemas durante o processo de ensino e aprendizagem.

O Neuropsicopedagogo é um especialista que busca compreender o funcionamento do cérebro, ou seja, como a criança/adolescente aprende, ou porque ela não consegue construir o aprendizado.
Utilizando de técnicas e metodologias específicas, o profissional avalia, através de instrumentos científicos, as habilidades e dificuldades do paciente, produz um relatório com todos os resultados e, a partir daí, inicia-se o processo de intervenção, onde cada criança é trabalhada individualmente e de acordo com suas dificuldades, com o objetivo de aumentar suas habilidades exatamente onde é necessário.

É um processo eficaz, em que cada planejamento tem um objetivo diferente, lembrando que somos indivíduos únicos e com certeza todos têm habilidades e dificuldades diferentes.
Cada criança aprende de forma distinta, algumas com mais facilidade, outras nem tanto, necessitando de suporte e estratégias diferenciadas.
A inclusão também está presente nessa especialidade, onde processos de ensino-aprendizagem necessitam de um olhar mais apurado e observador e, claro, um acompanhamento para que a fase acadêmica seja prazerosa e facilitadora para o crescimento e evolução do indivíduo com necessidades especiais.

Com base nessas informações, se seu filho apresenta ou tem apresentado dificuldades escolares, como dificuldade na alfabetização, falta de concentração, falta de foco, memória, falta de planejamento ou algum transtorno/distúrbio de aprendizagem (TDAH, TEA, Dislexia), agende uma avaliação com a nossa neuropsicopedagoga Karla Magalhães.

Linfoma Infantil

por Dra. Raquel Obolari Gonçalves
13 de setembro de 2022

O sistema linfático contém os linfócitos (que são um tipo de glóbulo branco), responsáveis pela defesa do nosso corpo contra infecções, e os linfonodos (ou gânglios linfáticos), que funcionam como um reservatório de variadas células do sistema imunológico.

O linfoma infantil é um tipo de câncer do sistema linfático que se espalha de maneira desordenada. Seus sintomas são muito semelhantes aos sintomas de doenças comuns na infância, por isso é preciso ficar atento.

Esse tipo de câncer ocupa a terceira posição entre os cânceres mais comuns nessa faixa etária (de 0 a 19 anos), ficando atrás dos tumores cerebrais e das leucemias.

Existem diferentes tipos de linfomas, sendo que alguns crescem muito lentamente e outros, muito mais rápido. 7% dos cânceres na infância são linfomas não-Hodgkin (LNH), enquanto que os de Hodgkin (LH) representam cerca de 6%.

A grande diferença entre o linfoma infantil e o adulto, é a forma como as crianças respondem ao tratamento. Atualmente, considerando que o diagnóstico seja feito precocemente, o grau de disseminação da doença seja baixo e o tratamento proposto seja adequado, as taxas de cura são altíssimas. Para o LNH infantil, a cura é alcançada em 70% dos casos e para o LH em 95%. Isso acontece porque as células infantis são mais sensíveis às terapias.

TIPOS DE LINFOMA

Existem dois tipos de linfomas: o de Hodgkin (LH) e o não-Hodgkin (LNH), que apresentam comportamentos, sinais e graus de agressividade diferentes. A gravidade, em ambos os tipos, dependerá do estadiamento (grau de disseminação da doença) em que o linfoma for detectado.

Linfoma de Hodgkin – pode surgir em qualquer parte do corpo onde o tecido linfoide esteja amplamente distribuído. De toda forma, as localizações mais frequentes do surgimento de gânglios linfáticos (íngua) são tórax, pescoço e axila. Pacientes com linfoma de Hodgkin têm alta probabilidade de cura, e adolescentes apresentam maior probabilidade de ter linfoma de Hodgkin do que crianças pequenas;

Linfoma não Hodgkin – após o diagnóstico, a doença é classificada de acordo com o tipo de linfoma e o estágio em que se encontra (eles são agrupados de acordo com o tipo de célula linfoide afetada, se linfócitos B ou T). Também são considerados para a classificação o tamanho, a forma e o padrão de apresentação das células cancerosas ao microscópio. Essas informações são importantes para selecionar adequadamente a forma de tratamento.

Cerca de 60% dos casos de linfoma em crianças e adolescentes são de Linfoma não Hodgkin, e as chances de cura vão de 60% a 90%, a depender das características clínicas de cada paciente. Os linfomas não Hodgkin em crianças geralmente são de três tipos:

Linfoma linfoblástico – é responsável por cerca de 25% a 30% dos linfomas em crianças e adolescentes, com incidência em meninos duas vezes maior do que em meninas. A maioria dos casos se desenvolve a partir das células T e pode crescer rapidamente;

Linfoma de Burkitt – representa cerca de 40% dos linfomas em crianças e é mais frequente em meninos entre 5 e 10 anos de idade. Quase sempre se inicia no abdômen e, como seu crescimento é rápido, é muito importante dar início ao tratamento o quanto antes; e

Linfoma de grandes células – pode crescer em qualquer parte do corpo e é mais comum em adolescentes. Possui dois subtipos: linfoma de grandes células anaplásicas (geralmente se iniciam na pele, pulmões, ossos, sistema digestivo ou outros órgãos) e linfoma difuso de grandes células B (começam como uma massa de crescimento rápido em locais como a região torácica-mediastino, abdômen, pescoço e ossos).

SINTOMAS

Da mesma forma que no linfoma adulto, os sintomas no infantil inclui o aumento dos linfonodos (carocinhos duros e indolores na região do pescoço, virilha e axilas), febre e fadiga, sudorese noturna e perda de peso sem motivo aparente e aumento do volume torácico com falta de ar, e dor. Além disso, como o linfoma de Burkkit se origina no abdome, pode causar dor de barriga, náuseas e vômitos, além de aumento do baço (esplenomegalia).

O grande desafio é que muitos desses sintomas são os mesmos de doenças comuns na infância, como viroses e gripes. Como diferenciar, então?

É preciso ficar atento se esses sintomas duram mais de 7 dias e se eles aparecem em conjunto. “A febre como fator isolado é de difícil interpretação. Normalmente no linfoma, o quadro de febre é constante e de moderada intensidade, principalmente na parte da tarde. Caso ela não passe e ainda apareçam outros sintomas, é importante reportar ao médico para realizar exames”.

DIAGNÓSTICO

Durante a consulta, o médico pergunta sobre os sintomas que a criança apresenta, e no exame físico é pesquisada a presença de gânglios em regiões como axilas, pescoço e virilha. Caso algum seja encontrado, serão solicitados exames para a comprovação diagnóstica.

Também são solicitados exames para avaliar o estado geral de saúde do paciente e verificar outras doenças que apresentam manifestações semelhantes aos linfomas.

Os demais exames normalmente são:

Biópsia do linfonodo;
Biópsia da medula óssea;
Tomografia computadorizada;
Ressonância magnética; e
PET Scan.

TRATAMENTO

O tratamento do linfoma em crianças e adolescentes pode ter resultados excelentes, e as chances de cura ultrapassam os 80%. As abordagens são principalmente baseadas em quimioterapia, radioterapia, transplantes de células tronco e imunoterapias.

 PREVENÇÃO

 A maioria das crianças com linfoma não tem fatores de risco conhecidos que possam ser alterados – logo, não há maneira de se proteger contra os linfomas.

Os pacientes que apresentam risco elevado de desenvolvimento do linfoma de Hodgkin ou não Hodgkin são aqueles que estão com o sistema imunológico comprometido – por consequência de doenças genéticas, infecção pelo HIV ou uso de drogas imunossupressoras – ou que possuem familiares diagnosticados com a doença.