Pneumonia de repetição?

por Dr. Dorian Domingues
10/11/2023

Pneumonia é uma palavra assustadora pq essa é uma doença infecciosa  grave e infelizmente muito mais comum do que gostaríamos. Pode ser provocada por vírus (ex: Covid) ou até por fungos, mas de uma forma geral usamos o termo pneumonia para designar as infecções bacterianas do pulmão que necessitam de tratamento específico com antibióticos.

O tema aqui será pneumonias de repetição. Mas se quiser ler um outro texto bem completo e didático sobre pneumonias clique aqui.

O processo inflamatório gerado nos pulmões tem repercussão geral sobre o organismo (febre, abatimento, dor  torácica, etc) e sintomas respiratórios (tosse, catarro e até mesmo falta de ar, já que pode comprometer a oxigenação nas formas mais graves, levando à internação e/ou ao óbito), além de funcionar como possível foco de disseminação da infecção para outros órgãos (septicemias, meningites, etc). 

Ou seja: o estrago é grande,e o pulmão sofre um bocado.Agora… já imaginou pneumonias de repetição? Xii…

Isso infelizmente também acontece, e as causas são muitas. Há vários fatores de risco como:

  • Idade (extremos etários). Idosos e bebês prematuros são mais suscetíveis;
  • Imunodeficiências  (primária ou adquirida (como a AIDS) e doenças que comprometem a imunidade (diabetes, doença falciforme, lúpus, doença renal crônica, por exemplo);
  • Malformações do trato respiratório e patologias respiratórias crônicas (DPOC, asma persistente, sinusites de repetição, mucoviscidose);
  • Alergias em geral (destaque para a alergia à proteína do leite de vaca, muito frequente, devido à excessiva produção de secreções respiratórias);
  • Refluxo gastroesofágico patológico;
  • Doenças neuromusculares que afetam a deglutição e a força muscular (impedindo um reflexo da tosse eficaz);
  • Exposição a poluentes / tabagismo (ativo ou passivo);
  • Deficiências nutricionais (vitamina D, zinco, vitamina C, desnutrição);
  • Condições inadequadas de higiene e moradia / contato com pessoas ou ambientes contaminados;
  • Calendário vacinal incompleto (vacinas contra gripe, Covid e pneumococos).

A lista é longa e não para por aqui. E cada caso é um caso a ser analisado individualmente, pois a prevenção varia de acordo com a causa. Mas é fundamental evitar a repetição desses episódios.

No caso de crianças com pneumonias de repetição geralmente o próprio pediatra inicia a abordagem através de anamnese e exame físico detalhados e solicita os exames complementares pertinentes  (de imagem e laboratoriais). Eventualmente é necessária uma consulta com especialistas (alergista/imunologista e pneumologista).

E para todos os casos é indicada a vacinação contra pneumococos, os maiores causadores das pneumonias!

A vacina contra pneumococos é disponibilizada pelo SUS para os bebês menores de 02 anos de idade. A versão da vacina utilizada tem 10 tipos de pneumococos. 

Na Imunovida disponibilizamos a recém-lançada versão mais moderna e potente da vacina (PREVENAR-15), com 15 tipos de pneumococos = mais proteção! E sabe o melhor? É para todas as idades 

Cuide bem da saúde da sua família. Vem pra Imunovida!

Obesidade infantil: uma complicação para toda a vida

Por Fabiana Salgado, Nutricionista da Clínica da Criança e do Adolescente

A obesidade infantil cresce de forma assustadora, representando um grave problema de saúde pública na atualidade. Em nosso país, que ainda briga contra a miséria e a fome, é irônico, mas real: o excesso de peso ultrapassa a desnutrição.

O critério mais utilizado para se identificar quem é e quem não é obeso é o IMC, um índice que diz quanto uma pessoa pesa por metro quadrado. A partir dele e com uma tabela referência de IMC por idade, classifica-se como magreza grave, magreza, peso ideal (eutrofia), sobrepeso, obesidade e obesidade grave. Mas só o IMC pode nos levar a erros. Por exemplo, um halterofilista pode ter peso e altura iguais aos de um obeso. Na criança os erros são ainda maiores e o uso de percentuais de gordura são uma medida ainda mais duvidosa, já que a criança precisa mesmo daquela gordurinha a mais para crescer, tem períodos pré estirão com maior ganho de peso, e muito mais… Público difícil de avaliar, hein?!

No público infantil, acompanhamos as medidas individuais pelas curvas de crescimento, que mostram a evolução da circunferência da cabeça, do peso, do comprimento/altura da criança e do IMC ao longo do tempo. Assim como, e mais ainda do que no público adulto, o IMC não pode ser um diagnóstico final. Mas não é o percentual de gordura o tira-teima do pequeno! É preciso olhar para questões genéticas, hábitos familiares, tipo de alimentação e muito mais.

Um erro muito comum é supor que a criança com sobrepeso esteja com peso “normal” quando sua altura também é maior, e muitas vezes seu IMC, alegando-se que aquele é um “bebê grandão”. Na verdade, as coisas acontecem em ordem inversa. Entenda: a criança precisa daquela gordurinha a mais para crescer, eu já disse isso. Mas o lance é que ela primeiro ganha peso. Depois, cresce. Necessariamente nessa ordem. No cenário anabólico que o corpinho infantil é, o excesso de gordura da criança gordinha gera um crescimento mais rápido, o que não quer dizer que ela será maior no futuro, já que a altura final está meio que escrita nas estrelas (ou nos genes!). O crescimento acelerado traz as mesmas consequências de qualquer processo acelerado: não é tão “caprichado” quanto aquele que acontece em seu tempo. Cada órgão do nosso corpo cresce em velocidade diferente, e essa mudança de velocidade leva alguns deles a perdas. Os ossos são um bom exemplo.

Se por um lado podemos ocultar o excesso de peso, por outro, podemos nos precipitar no diagnóstico de obesidade. Bebês em aleitamento materno exclusivo em livre demanda têm a melhor e mais indicada fonte e esquema de nutrição possível, mas às vezes podem ultrapassar (e muito!) as curvas de referência. O aleitamento materno traz imensa contribuição e, dentre elas, é fator protetivo contra sobrepeso e obesidade por toda a vida. Bebê em aleitamento materno exclusivo em livre demanda, independentemente de seu peso, não é obeso devido ao aleitamento materno! A livre demanda é uma prática desejável independentemente do peso do bebê. Regular o peito não é uma contribuição anti obesidade. O aleitamento materno exclusivo em livre demanda, sim. Se um dia você vir uma orientação de regular peito porque o bebê está gordinho, fuja! Não é assim que a banda toca.

Na verdade, é ele, o aleitamento materno, o cuidado inicial contra sobrepeso e obesidade, seguido pelos hábitos alimentares a serem cultivados desde o início da alimentação da criança. E venhamos e convenhamos… Não há como proteger uma criança contra uma casa onde se come mal. Assim, cuidar da alimentação da criança deve ser sinônimo de cuidar da alimentação da família. É claro que precisamos reconhecer o valor das fases iniciais da alimentação infantil, quando há maior crescimento, desenvolvimento, formação do sistema imunológico, do paladar…, mas é a relação construída com o alimento, a cultura alimentar, que será carregada por uma vida inteira.

A obesidade é uma doença multifatorial e representa a ponta do iceberg. Há questões fisiológicas, emocionais, comportamentais…, que vão desde a tendência genética até a dificuldade em diferenciar e lidar com os sentimentos. No entanto, o cenário no qual a criança está inserida exerce papel decisivo. Ainda que haja uma grande e frequente procura por alimentos, dificilmente chegamos à obesidade quando eles são alimentos in natura. São os alimentos processados e ultra processados que merecem vigília.

Frutas, folhas, leguminosas e legumes são ricos em fibra, proporcionando bem estar e maior saciedade. Além disso, eles são menos calóricos, aumentando o volume do prato em menos calorias e mais nutrientes. As carnes e ovos trazem sabor e gordura; e os cereais, raízes e tubérculos trazem energia de fácil absorção. Comida de verdade não é o nosso problema.

É mantendo a sua casa livre do excesso de temperos prontos, farinhas refinadas, doces, biscoitos, embutidos, enlatados…, descascando mais e desembalando menos, que você contribui para um ambiente que não favorece a obesidade do seu filho.

Não é condenando as quantidades e a qualidade do que a criança come que você conseguirá chegar lá. Na verdade, crianças não possuem maturidade cerebral para exercerem esse controle. Crianças não fazem compras nem organizam refeições. A abordagem junto a elas deve ser extremamente gentil e o contrário pode levar à insatisfação corporal, baixa autoestima, e ainda menos ânimo, menos amor próprio para se cuidar.

As consequências da obesidade são sérias e são muitas. Um obeso pode viver até 10 anos menos do que uma pessoa de peso regular. Diabetes, hipertensão, dislipidemias, distúrbios hormonais, insatisfação corporal, distúrbios alimentares, depressão… São todos problemas mais propensos ao obeso.

Quanto antes a obesidade é tratada, maiores as chances de que ela não seja levada para o futuro. Crianças obesas possuem 75% de chances de serem adolescentes obesos e adolescentes obesos chegam a ter 89% de chances de serem adultos obesos.

A maior vantagem da intervenção precoce é usarmos o crescimento da criança a nosso favor! Como ela vai crescer, as alterações dietéticas são pequenas e o peso vai se regulando conforme o crescimento vai acontecendo. Por outro lado, é fundamental que tal intervenção seja especializada, de forma que esse crescimento e a relação da criança com a comida não sejam prejudicados. É por isso que o profissional ideal para guiar a família nas mudanças que levarão à desejada regulação do peso corporal é o nutricionista materno infantil. Com uma visão a longo prazo, abordagem gentil e colaboração de toda a família, é possível fazer ajustes em passos ideais ao seu contexto, pois o que importa não é a velocidade, mas a direção.

Clínica da Criança e do Adolescente. A saúde do seu filho sob controle.

Com febre não se brinca…fique em alerta para esse sinal!

Por Dr. Dorian Domingues, pediatra da Clínica da Criança e do Adolescente

“Estava tudo ótimo e de repente eu percebi que ele estava mais quieto.  Parou de brincar e ficou chatinho, mais choroso. Fui lá, botei a mão nele e percebi que estava meio quente. Quando pus o termômetro, conferi: 38,6 graus de febre! Fiquei preocupada e liguei para o pediatra dele na hora.” (Camila, mãe da Helena*)

* Nomes fictícios, história real.

Uma história que se repete é essa: a criança com febre não brinca.

Quem é mãe/pai e nunca passou por uma situação dessa só pode ter uma certeza: vai passar. Porque a febre é indissociável de uma infância normal.

A febre é uma reação fisiológica a processos inflamatórios (raros na infância, como as patologias reumáticas e neoplasias) e infecciosos (de longe os mais comuns) e é um sinal de que algo está acontecendo. Mas ainda que seja um sinal de alerta, não é necessariamente um sinal de perigo.

A maior parte das doenças febris das crianças são “viroses” (doenças provocadas por vírus que vão de resfriados, verrugas e diarreias por rotavírus até a Covid-19), ou seja, um leque muito amplo de doenças infecciosas autolimitadas. E a outra parcela geralmente é devida às infecções bacterianas (amigdalites, otites, pneumonias, etc) que necessitam de antibióticos.

De qualquer forma que seja, a febre é sempre preocupante, e é uma das maiores causas de consulta em pediatria. Vamos esclarecer alguns pontos?

1) Febre alta é sempre sinal de doença grave.

R.: Não necessariamente. Caxumba e a amigdalite normalmente provocam febre alta e são doenças benignas, enquanto tuberculose, que é uma doença grave, geralmente não provoca febre.

2) Febre é bom porque significa que o corpo está reagindo.

R.: Não. Se o corpo reage é porque está sendo agredido, e agressão nunca é bom. NUNCA encare febre como sinal positivo.

3) Febre alta provoca convulsão.

R.: Não. As crianças que tem tendência à convulsão febril (que acontece até aproximadamente 05 anos de idade por imaturidade do Sistema Nervoso Central) apresentam convulsões mesmo com febre baixa. O mais importante aqui é a velocidade com que a febre se instala. Essas crianças merecem ser rigorosamente observadas e medicadas em relação à febre para evitar as crises.

Por outro lado, alguns pontos favoráveis devem ser considerados quando o seu filho está com febre. E aí vale o bom senso. Segue o algoritmo básico!

-Quando está COM febre fica chato, chora, pede colo, geme e não come? Ok, é o esperado.

-Mesmo com febre fica de boas, brincando, se alimenta e sorri? Grave, não é!

-Quando está SEM febre fica tranquilo e brinca de novo? Possivelmente não é nada grave, dá pra observar.

-Mesmo quando a febre cede continua abatido e quieto, sem brincar? Xiii…  Sinal de ALERTA!

Obviamente que na prática não é tão simples assim. Mas é um roteiro.

Num resumo rápido: duas crianças doentes (uma com amigdalite e uma com pneumonia) quando estão com 40 graus de febre estão ambas prostradas.

Quando a febre passa, a da amigdalite fica bem, porque só tem uma amigdalite.

A da pneumonia continua abatida, porque tem uma pneumonia. 

Enfim, é impossível resumir febre num só artigo (temos outro no nosso blog: clique aqui), mas é sempre um sinal de alerta.

A criança com febre não brinca. E com febre não se brinca!

Se seu filho apresentar febre, converse com o seu pediatra. Se precisar, fale com a gente. Aqui estamos sempre prontos a te atender.

Clínica da Criança e do Adolescente – Há 25 anos cuidando da saúde do seu filho.

Asma tem cura? O que você precisa saber!

Por Emanuelle Xavier, pneumologista pediátrica da Clínica da Criança e do Adolescente

A asma é uma das doenças crônicas de maior frequência na infância e pode causar grandes impactos na vida do seu anjinho, como perdas de dia de aula, atendimentos em serviços de pronto atendimento, hospitalização, entre outras. Grande parte das crianças com asma desenvolvem sintomas nos primeiros anos de vida, mas nem sempre a sua confirmação diagnóstica é fácil.

Se você tem uma criança pequena em casa, certamente esse artigo pode lhe interessar. Nele, vamos apresentar: o que é a doença, quais são os principais sintomas e como tratá-la. 

O QUE É ASMA?

A asma é uma doença que causa inflamação e estreitamento das vias respiratórias, resultando em crises que se caracterizam pela dificuldade para respirar. 

A asma não tem cura mas tem controle! Suas manifestações podem ser controladas com medicamentos e/ou por meio do controle ambiental, eliminando gatilhos que propiciam as crises.

Existem inúmeros gatilhos que desencadeiam a crise e eles variam de paciente para paciente. Por isso o tratamento da asma deve ser contínuo, individualizado e não somente na crise.

O controle da asma depende de medidas preventivas como: administrar medicamentos inalatórios com técnica correta, evitar os aeroalérgenos como ácaros, fungos e pêlo de gato, cachorro e barata quando a criança tem teste alérgico positivo para esses gatilhos. Além disso, realizar atividade física é uma ótima alternativa para minimizar as crises de chiado.

E qual é a melhor atividade física que o  asmático deve fazer ? A que ele goste! Criança precisa ter prazer em realizar o exercício, somente dessa forma terá êxito!

Portanto, uma vez que a criança manifesta os sintomas, é muito importante que seja feito o acompanhamento com um pneumologista pediátrico

SINTOMAS MAIS COMUNS DA ASMA:

– Dificuldade para respirar

– Chiado no peito

– Tosse seca

– Respiração rápida e superficial

– Dor no peito

– Fadiga 

MAS, ATENÇÃO! Esses sintomas podem ser confundidos com a bronquite, a rinite e a sinusite. Por isso, é importante que o diagnóstico seja feito de forma correta e medidas de prevenção e de controle sejam iniciadas precocemente.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO:

As crianças menores de quatro anos ainda não têm seu sistema respiratório completamente desenvolvido, por isso, é difícil realizar um diagnóstico preciso.

Nesses casos, o diagnóstico é feito pela história clínica da criança e alguns exames podem ajudar como: teste alérgico para os aeroalérgenos (ex: ácaros, fungos e pêlo de gato, cachorro e barata). Para crianças maiores, capazes de soprar sob comando, é sempre bom utilizar a espirometria.

Existem medicamentos inalatórios capazes de prevenir o surgimento de crises, eles atuam diminuindo a inflamação do pulmão. A escolha pela medicação e a dosagem deve ser realizada de forma individualizada, porque cada criança apresenta gatilhos e resposta ao tratamento de forma diferente.

Vale o alerta: Nunca medique seu filho sem orientação médica, porque isso pode atrasar e até piorar o quadro da criança 

A asma é uma doença comum, mas que, se bem cuidada, pode ser controlada. Portanto, a nossa orientação é: mantenha o acompanhamento regular com o seu pneumologista pediátrico! 

Espero que esse artigo possa ter contribuído para o cuidado com o seu anjinho!

E se você ainda tem dúvida sobre a asma ou se o seu filho asmático está sem acompanhamento, venha conversar comigo, terei o maior prazer em atendê-los!

Grande abraço,

Emanuelle Xavier

Pneumologista pediátrica

Clínica da Criança e do Adolescente, a saúde do seu filho sob controle!

Anemia e os efeitos nas crianças

(Por Dr. Dorian Domingues)

Anemia, na verdade, é um sintoma como tosse, febre ou coceira. Ou seja: tem uma causa externa. Ao pé da letra, quer dizer “sem sangue” (an é princípio de negação, como anonimato, analfabeto) e “emia” é sufixo do que circula no sangue (glicemia, colesterolemia). Mas… e na prática?

Para o leigo, o sinal mais aparente é a palidez. E a confirmação é através da queda no nível de hemoglobina (a molécula que transporta o oxigênio no sangue) detectada num exame de sangue básico (o hemograma).

Recapitulando, pra nivelar o conhecimento: o oxigênio é o nosso principal combustível. O sangue transporta o oxigênio obtido nos pulmões através dos glóbulos vermelhos (hemácias) que contém uma proteína (hemoglobina), que é a responsável pela troca gasosa do gás carbônico que vem/oxigênio que vai pro resto do corpo na respiração. Se o nível de hemoglobina está baixo, o transporte de oxigênio é prejudicado e todo o corpo sofre os efeitos dessa baixa.

O principal componente da hemoglobina é o ferro. E a principal deficiência nutricional da humanidade é a falta de ferro = a anemia por falta de ferro é a carência nutricional mais comum do mundo, mesmo no avançado século XXI, reflexos da desigualdade.

Contudo, a anemia também pode ter outras causas. Falta de vitamina B12, patologias do sistema digestivo, deficiências enzimáticas específicas, alergias alimentares e outras doenças genéticas devem sempre ser excluídas. No caso das hemoglobinopatias como a anemia falciforme, o teste do pezinho (veja o nosso artigo aqui no blog) já exclui essas possibilidades.

Uma vez detectada a causa, a anemia deve ser tratada. E o tratamento varia de acordo com a causa.

SINAIS E SINTOMAS

Os sinais e sintomas de anemia são variáveis e dependem da intensidade da mesma. Quanto menor o nível de hemoglobina X menor tempo de instalação = sintomas piores.

Nesse exemplo uma pessoa saudável com um nível de hemoglobina ótimo que sofra uma hemorragia repentina tem (além da queda da pressão arterial) uma anemia súbita e pode mesmo morrer. Por outro lado, uma mulher adulta com menstruação excessiva perde um pouco de sangue a cada mês, e se habitua com isso. O organismo se adapta, e tudo segue bem, apesar da carência.

No extremo, a anemia levaria a déficits de peso e de estatura, imunodeficiências e a infecções/parasitoses de repetição. Na prática, isso é tão inseparável do combo desnutrição/analfabetismo/miséria que é difícil separar os limites de cada uma das entidades.

Dores ósseas (fique de olho!), desânimo, apatia e fraqueza também são relatados em casos intermediários.

Nos outros casos, a anemia de uma forma geral é assintomática.

Na prática, na população que tem acesso à nutrição, a anemia por falta de ferro é rara, mas o baixo estoque de ferro é comum, e só detectável através da dosagem dos níveis sanguíneos dos estoques de ferro. O que requer tratamento antes que evolua para doença (anemia).

O check-up anual do seu filho é indispensável para a aferição de vários parâmetros nutricionais, entre eles o ferro. Converse com o seu pediatra.

Se precisar conte sempre conosco.

CUIDADOS COM A PELE NO VERÃO

(Por Dra. Patrícia Brandão)

Com a chegada do verão, as crianças ficam mais expostas ao Sol. Afinal, qual criança não prefere as atividades ao ar livre? Para esta exposição temos que nos preocupar com a radiação e seus efeitos na pele. Você sabia que o efeito da radiação é cumulativo? Isso quer dizer que a luz solar recebida desde a infância até a idade adulta só mostrará seus efeitos a longo prazo, com o envelhecimento precoce e o potencial surgimento do câncer. Cerca de 75% da exposição solar acumulada durante a vida ocorre até os 20 anos de idade! 

Os pais ou responsáveis devem ficar atentos às medidas para evitar a exposição excessiva ao sol e mesmo as queimaduras solares. Há duas formas de exposição que são mais perigosas:

1) Ficar muito tempo sob a luz solar, em um período curto de tempo. É o que ocorre com os “torrões” ou “vermelhões” após um dia no parque, na piscina ou na praia;

2) Exposição por vários dias. São as crianças que estão sempre expostas a muita luz solar, as que passam todo o ano bronzeadas. 

Como devemos proteger as crianças do Sol?

Veja a seguir as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) quanto à correta proteção solar:

1) Durante os seis primeiros meses de vida, os bebês não devem ser expostos diretamente ao sol;

2) A partir dos seis meses e até o primeiro ano de vida, as exposições solares devem ser curtas e em horários apropriados (até as 10h e após as 16h), sempre com a utilização de protetor solar. Fuja da exposição nas horas próximas ao meio dia;

3) Durante exposições solares prolongadas (praias, clubes, piscinas), é preciso usar chapéus e roupas adequadas e procurar deixar a criança na sombra ou sob o guarda-sol pelo maior tempo possível;

4) Use sempre guarda-sol, bonés, óculos, viseiras ou chapéus. Cerca de 70% dos cânceres de pele ocorrem na face, proteja-a sempre. Não se esqueça de proteger os lábios e as orelhas;

5) Aplique generosamente o filtro solar 20 a 30 minutos antes de se expor ao sol. Este é o tempo necessário para a estabilização do protetor solar na pele, de modo que sua ação seja mais eficaz;

6) Evite exposições prolongadas e repetidas ao sol. Queimaduras solares acumuladas durante a vida predispõem ao surgimento do câncer da pele;

7) Incentive seu filho a usar o protetor solar diariamente, dê o exemplo e use em você também.

Se liga nas dicas sobre protetor solar:

1) Os protetores solares contêm substâncias que absorvem e bloqueiam as radiações UV. A Sociedade Brasileira de Pediatria orienta que abaixo dos 6 meses sejam utilizados bonés, roupas, guarda-sol ou sombrinha;

2) Dos seis meses aos cinco anos de idade, recomenda-se o uso dos filtros infantis, que geralmente contêm menos substâncias químicas prejudiciais à pele da criança. Costumam ser mais espessos e possuir coloração esbranquiçada ou rosada;

3) O filtro solar ideal deve ter amplo espectro (bloquear tanto radiação ultravioleta A quanto ultravioleta B), custo acessível, ser fácil de espalhar e ser resistente à água. Não existem filtros totalmente à prova d ‘água. Eles devem ser reaplicados depois de entrar na água ou quando a criança suar muito, sempre secando bem a pele antes de reaplicar o protetor;

4) Os filtros solares diferem entre si nos tipos e concentrações dos ingredientes utilizados na sua fabricação. Geralmente os filtros acima do número 15 fazem uma proteção razoável por até duas horas, sendo ideal o uso de filtros com proteção 30 ou superior. Filtros com número 30 ou maior apresentam a mesma eficácia na proteção ao sol, diferindo apenas no tempo de reaplicação. 

Roupas também ajudam na proteção ao Sol. Atenção para o tipo de tecido, pois estes conferem proteções diferentes. Camisetas de malha branca e tecidos molhados ou com tramas largas protegem menos. Tecidos de trama mais fechada e cores escuras protegem mais. Lembre-se que existem tecidos que contêm substâncias fotoprotetoras.


Últimas dicas:

As pessoas de pele clara exigem maiores cuidados, pois são mais propensas ao câncer da pele. 

O mormaço também queima: em dias nublados, cerca de 40% a 60% da radiação solar atravessa as nuvens e chega à terra. Portanto, use filtros solares também nestes dias. O filtro solar deve ser usado diariamente. 

Todos os dias estamos expostos ao sol, seja dentro do carro, na hora do almoço, no recreio ou nas atividades desportivas ou de lazer.Use sempre a regra da sombra para saber se está se expondo em horário perigoso: ou seja, quanto maior a sua sombra refletida no chão, melhor!