Fimose: dúvidas e tratamento

(por Dra. Aimée Ramalhete)

Meu filho tem fimose?

A fimose é uma condição em que a pele do final do pênis (prepúcio) apresenta um anel estreitado que dificulta a exposição da cabeça do pênis (glande).

Algumas vezes é confundida com acolamento/aderência da pele à glande, que diferentemente da fimose, não apresenta o anel fibrótico estreitado.

Quais problemas a fimose pode acarretar?

O principal problema é a dificuldade de limpeza e higiene local. Com o acúmulo de secreções pode ocorrer infecção urinária e inflamação local (balanopostite). Além disso, o anel fibrótico pode provocar o aprisionamento da glande (parafimose).

Pode tentar abrir a fimose em casa?

Em casos selecionados, com orientação médica, pode ser tentado o uso de pomadas locais associado à massagem. Essa pomada tende a amolecer o tecido e afinar a pele da fimose. Mas, lembrando que não se deve forçar a pele para baixo, podendo causar rachaduras locais, que além de sangrar e doer, também provoca uma cicatrização que piora ainda mais o anel fibrótico da fimose.

Quando operar a fimose e como é a cirurgia?

A cirurgia é indicada em casos que já existem complicações, como balanopostite, infecção urinária e parafimose prévias. Ou nos casos em que a fimose persiste mesmo após o uso de pomada local.

A cirurgia consiste em retirar o anel da fimose. Existem 2 técnicas principais, a clássica com pontinhos que caem sozinhos ou a técnica com anel – plastibel. A escolha da técnica vai depender principalmente da preferência do cirurgião associado à vontade da mãe.

O procedimento é sempre realizado em centro cirúrgico e com anestesia geral e, de um modo geral, o paciente é liberado para casa no mesmo dia da cirurgia.

Independente da técnica escolhida, alguns cuidados pós-operatórios são necessários, como: repouso relativo (afastamento da escola por 7-10 dias e atividade física por 1 mês), limpeza local com água e sabonete no banho, manter a área sempre limpa e seca e aplicação de pomada.

O grau de dor após a cirurgia vai depender de cada pessoa, mas geralmente as crianças se recuperam bem, ficando uns 3 dias mais quietas e após já estarão aprontando e a mãe tentando segurar.

Consulte seu médico para dúvidas e avaliar o melhor tratamento.

Fala que eu te escuto!

Por Dr. Dorian Domingues | CRMMG 22323

Bem-vindos à mais nova revolução da saúde: a Telemedicina!

Devido à pandemia pela Covid-19, o CFM oficializou e regulamentou as práticas relacionadas ao atendimento médico à distância. E aqui se prezam a ética (há atendimentos que só são possíveis em consultas presenciais), a segurança e o sigilo de ambas as partes (com o adequado registro no prontuário eletrônico dos dados criptografados da consulta remota, garantido por termo de compromisso), uma prescrição digital válida (inclusive de medicamentos controlados, como antibióticos) e até a remuneração médica, com cobertura pelos principais convênios ou consultas particulares.

Tudo é muito novo e, como sempre, ficamos assustados no começo. Depois, (quase) todos se adaptam. Lembra-se do primeiro dia na escola?  Não, né rsrs… pois é, é  bem assim!

Pensando sempre à frente de seu tempo, a Clínica que um dia foi só da Criança começou sua trajetória pioneira há quase 24 anos. Só que aqui não dirigimos olhando pelo retrovisor. Na verdade, sempre estivemos de olho no Futuro.

Tradicionalmente inovadores,  disponibilizamos agora atendimento digital* (para orientações e prescrições) sem a sua exposição ao risco do deslocamento. Onde você estiver: na rua, na chuva, na fazenda…

O futuro no futuro é diferente, a gente dizia bem no começo. Sempre pensamos nisso. Nosso passado é uma roupa que ainda nos serve, mas… o futuro chegou, enfim !

Aqui, você escolhe. Se preferir consultas presenciais, ou se o caso do seu filho demandar exame físico, vem que tem: nosso ambiente interno é controlado e seguro. Quer atendimento médico digital à distância? Estamos aqui, ao alcance do seu clique.**

Clínica da Criança e do Adolescente & Imunovida. Sempre de olho no seu futuro. Ao Infinito, e além!

Teste do Pezinho: conheça melhor esse exame

Em razão do Dia Nacional do Teste do Pezinho – instituído pelo Ministério da Saúde em 06 de junho para chamar a atenção dos pais, responsáveis e profissionais de saúde sobre a sua importância – a Clínica da Criança e do Adolescente juntou um time de especialistas em saúde da criança para te explicar tudo o que você precisa saber.

O exame é oferecido gratuitamente a todas as crianças. A abrangência do teste varia desde a versão mais básica do SUS (capaz de detectar seis doenças genéticas ou congênitas: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, anemia falciforme, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase) às versões ampliadas e mais completas (onde novas triagens são incluídas: deficiência de G-6-PD, galactosemia, leucinose, toxoplasmose congênita, HIV, etc – leia mais sobre essas diferenças no próximo texto).

Estas enfermidades são progressivas e, quando não diagnosticadas e tratadas precocemente, podem causar graves sequelas e até levar à morte.

Fontes: Ministério da Saúde e Revista Crescer.

Neste artigo nós convidamos nossos colaboradores para te explicar a importância das análises mais aprofundadas e como elas podem garantir que o seu filho tenha uma vida saudável.

Vamos lá?

Teste do Pezinho: realizamos do exame básico ao completo!

Por Ana Beatriz Cotta
Farmacêutica e Bioquímica Diretora do Neolab
Laboratório de Análises Clínicas

Existem seis diferentes tipos de Teste do Pezinho na rede particular. O exame básico detecta 12 doenças, o ampliado 30, o Plus 33, o Master 38, o Expandido 60 e o Completo mais de 100 tipos de possíveis anomalias. Nós, do Neolab, realizamos todas as variações do exame, que é bastante simples, mas de fundamental importância para os bebês.

Todos os Testes do Pezinho são realizados a partir de gotinhas de sangue colhidas em papel filtro especial. Elas podem ser retiradas do calcanhar do bebê ou através de punção venosa em casos específicos. A coleta, geralmente, ocorre através de uma única punção, rápida e quase indolor para o bebê. E tem mais: a nossa equipe é altamente especializada para realizar a Coleta Domiciliar com todo o conforto e praticidade.

O teste é realizado, comumente, a partir de 48h após o nascimento e até o 5º (quinto) dia de vida. Ele favorece a detecção precoce de diversas doenças possibilitando o tratamento específico, com diminuição ou eliminação de danos irreversíveis para o bebê.

O objetivo é realizar uma triagem neonatal para detectar se a criança é suspeita de ser portadora de algum problema. Um resultado positivo não significa que ela tenha a doença, indica apenas que existe a necessidade de continuar a investigação para excluir ou confirmar o diagnóstico.

Para maior tranquilidade, o Pediatra pode solicitar a complementação do teste de seu filho com a investigação de outras doenças não pesquisadas no teste básico.

Teste do Pezinho e Oftalmologia

Por Dra. Aline Brasileiro Pena
Médica oftalmologista da Clínica da Criança e do Adolescente

Diversas doenças sistêmicas podem afetar os olhos. Muitas vezes é através do exame oftalmológico que uma enfermidade é descoberta. Isso acontece porque há sinais oculares que aparecem antes dos outros sinais de que alguma coisa está errada. Um exemplo é a toxoplasmose congênita, em que lesões típicas podem ser vistas na retina de crianças afetadas pelo protozoário (que pode ser transmitido de mãe para filho durante a gestação).

Porém, nem sempre o oftalmologista vê a criança precocemente e o diagnóstico acaba acontecendo tardiamente, o que pode levar a um pior prognóstico visual devido à falta de tratamento precoce. Essa situação poderia ser evitada com a triagem neonatal da toxoplasmose congênita que, infelizmente, não é oferecida para todas as crianças brasileiras.

O contrário também é importante: diante de uma sorologia positiva no teste de triagem e confirmação diagnóstica de toxoplasmose congênita, é de fundamental importância que sejam feitos exames de fundo de olho seriados durante todo o primeiro ano de vida da criança. Além de seguimento com o oftalmologista pelo resto da vida, pelo risco de reativação das lesões retinianas. Nos casos em que alguma lesão ocular é detectada, a visão deve ser estimulada o mais precocemente possível para que essa criança tenha uma vida normal ou adapte-se da melhor maneira à sua deficiência visual.

Outras doenças pesquisadas no teste do pezinho também podem afetar os olhos como, por exemplo, a anemia falciforme – que pode provocar alteração dos vasos da retina – e também a fenilcetonúria, levando a despigmentação da íris (a parte colorida dos olhos).

Existem mais de 100 doenças metabólicas hereditárias, sendo que a metade delas pode afetar os olhos, acarretando em baixa visual que pode variar de leve a profunda. Entre estes distúrbios estão o estrabismo, altos graus de miopia, catarata, alterações da retina etc.

Referência: Manifestações Oculares de Doenças Sistêmicas

Teste do Pezinho e Nutrição

Por Fabiana Salgado
Nutricionista da Clínica da Criança e do Adolescente

Detectar as doenças precocemente é dar ao seu filho melhores condições de vida, incluindo de nutrição. Os cuidados com a alimentação em algumas patologias detectáveis pelo teste do pezinho são essenciais. É o caso da fenilcetonúria, da fibrose cística e da doença falciforme. Se na prevenção e tratamento de tantas doenças a alimentação já tem sua importância mais do que reconhecida, nestes casos ela tem lugar central para uma boa evolução.

É crucial o conhecimento das peculiaridades relativas à alimentação pelo paciente e sua família, obtido de fonte segura, profissional. As buscas na internet não são suficientes ou confiáveis para se desenhar com capricho um cardápio eficiente para as crianças que sofrem de algum desses distúrbios.

Na fenilcetonúria, o consumo de proteínas tem rígidas restrições. É o caso de leite e derivados, carnes vermelhas ou brancas, ovos e leguminosas. Porém o aleitamento materno mostra-se não apenas seguro, mas também fundamental para o bom desenvolvimento dos bebês fenilcetonúricos. Legal, né? As fórmulas, por outro lado, merecem cuidado especial e devem ser específicas para a doença.

Na fibrose cística, a má absorção de gorduras e algumas vitaminas pode levar à desnutrição. Os processos inflamatórios estão diretamente ligados ao consumo alimentar, que exerce fator protetivo, havendo necessidade não apenas de dieta hipercalórica, hiperproteica e hiperlipídica, mas também de suplementação das vitaminas A, D, E e K. 

Já na doença falciforme, o cuidado com o consumo de fontes de ferro é essencial. As necessidades calóricas são elevadas pela doença, mas não se deve confundi-la com as anemias – quando há baixa desse mineral.  Aqui o caso é o oposto: os níveis de ferro encontram-se de normais a elevados, e os excessos podem ser depositados nos órgãos, levando a graves desfechos. Assim, o controle rigoroso das taxas de ferro faz-se necessário.

Viram como a nutrição protagoniza os cuidados com a saúde? Nas doenças, então, ela pode ser uma das suas maiores aliadas. 

Na Clínica da Criança e do Adolescente o atendimento nutricional é especializado na saúde infantil, desde o aleitamento materno até a juventude. Agende a sua consulta com nossa nutricionista para um acompanhamento individualizado e cheio de carinho.

Teste do Pezinho e Pneumologia


Por Dr. Henrique Binato
Pediatra e Pneumologista Pediátrico
Mestre em Ciências da Saúde pela UFV

A fibrose cística foi a primeira das doenças triáveis pelo Teste do Pezinho a ser descrita numa Enciclopédia Médica. Como os pacientes têm muito cloreto (sal) no suor, os médicos da época observaram, mesmo sem saber como explicar: “As crianças que, beijadas na fronte, tiverem sabor salgado, são amaldiçoadas e morrerão cedo.” Daí a grande importância de um diagnóstico precoce.

A fibrose cística é uma doença genética, de transmissão familiar, grave e que ataca vários órgãos, em especial os pulmões e o pâncreas, levando a infecções repetidas, diarreia crônica e desnutrição. O teste feito é a dosagem do Tripsinogênio Imunorreativo (IRT), que é uma substância precursora de uma enzima produzida pelo pâncreas e que está elevada em bebês portadores de Fibrose Cística.

Quando houver alteração do IRT no teste do pezinho, o bebê deve repetir essa dosagem e realizar outros exames mais específicos (teste de cloretos no suor e análise genética) para a confirmação da doença. Se positiva, deve ser seguido de perto desde os primeiros meses pelo pediatra (com especial atenção às vacinas), pneumologista pediátrico (prevenção contra pneumonias e danos respiratórios) e nutricionista (indispensável para a manutenção da massa corporal e melhora da imunidade – comprometida nesses pacientes).

A doença não tem cura, mas pode ser bem controlada. E o acompanhamento precoce e multidisciplinar melhora (e muito) a qualidade e a expectativa média de vida desses pacientes.

O retorno do rei

Por Dr. Dorian Domingues | CRMMG 22323

CORONAVÍRUS

Se todo ano você já tem motivos pra se vacinar contra a gripe, em 2020 você tem um motivo a mais: a epidemia global pelo coronavírus.

“Ué, mas não existe vacina contra isso”, você diz – e, de fato, não há. Que papo estranho, né, achou confuso? Vem comigo, que no caminho eu explico!
O coronavírus provoca um quadro infeccioso que em muito se parece com a gripe (alô, leitor: gripe não é resfriado, veja aqui a diferença aqui).

Num resumo rápido: mal-estar geral, febre, prostração, náuseas / vômitos / desidratação, coriza, tosse, espirros, dor de garganta e em todo o corpo, tudo muito parecido com a gripe “comum” pelo tradicional vírus Influenza. Numa segunda fase, pode evoluir com falta de ar (= insuficiência respiratória) e alterações renais (insuficiência renal).

Até aqui, tudo bem. Mas… por que se vacinar contra a gripe, se o coronavírus não é evitável pela vacina?

Não se trata de prevenção, é claro. A resposta está na outra ponta do raciocínio: para facilitar o seu tratamento!

O fato de você estar devidamente vacinado contra a gripe facilita (e muuuuito!) o diagnóstico diferencial da doença pelo médico. Simples assim: uma pessoa devidamente vacinada contra gripe com sintomas de gripe provavelmente NÃO está com gripe, e POSSIVELMENTE está infectada com coronavírus, o que facilita demaaaaais o diagnóstico. Já sobre uma pessoa não-vacinada com o mesmo quadro, paira sempre a dúvida: será que ele é, será que ele é…

Separar o joio do trigo é um ditado que continua valendo.

Ainda que não haja tratamento específico para eliminar o vírus, o diagnóstico rápido é importante não só para diminuir a contaminação dos contactantes (especialmente os familiares mais íntimos) mas também para a detecção precoce dos sinais de piora, visando uma abordagem mais agressiva do tratamento de suporte.

A vacina contra gripe é indicada para TODAS AS PESSOAS acima de 06 meses de idade, salvo algumas contraindicações. O SUS fornece a vacina contra 3 tipos de vírus (os mais frequentes e famosos) e apenas a grupos de “risco”, determinados por uma seleção dele próprio.

A vacina da rede privada é mais completa e protege contra 04 tipos de vírus (os 03 do SUS e mais um, emergente) e é disponível (e indicada) pra todo mundo. Proteção a mais é sempre melhor. Afinal, ninguém nunca sabe quem vai bombar na próxima temporada …

Facilite a vida do seu amigo médico, tome a vacina e evite um diagnóstico errado ou tardio.

A sua Vida agradece.

Uma breve história do Mundo – as doenças e as vacinas

Por Dr. Dorian Domingues | CRMMG 22323

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A História é velha e sempre se repete. Primeiro, como tragédia. Depois, como farsa. 

Doenças antes controladas estão voltando à cena (febre amarela, sarampo). E, como sempre, algumas pessoas (sempre!) morrem: bem-vindo ao universo das doenças e das estatísticas de mortalidade, parecido com o que se confunde com Sorte ou Azar. E haja História!

Dizem que a História é um profeta com o olhar voltado para trás. Se for assim, vai acertar todas porque, historicamente, a Estatística não tem erro.  Redundante por Natureza!

Ainda que admita limites e derivadas, a Estatística é o mundo dos dados, e eles são cruelmente frios e insensíveis. Temos X pessoas = temos X dados. Nesse caso, os dados não têm face ou identidade, são apenas números (já viu um dado ?). E  o conjunto deles forma um número  do qual se extraem  outros. Que funcionam como novos dados, e assim sucessivamente.  E segue o jogo!

A estatística rege o Mundo e é aplicável a tudo: bolsa de valores, acidentes em rodovias, biologia, eleições, etc. No nosso caso, nos interessam as doenças. X pessoas = X dados = 02 números. Sim ou não, par ou ímpar, vermelho ou preto.  E os dados são terrivelmente implacáveis.

A Morte, que antigamente usava capuz e foice, deu um up mas não perdeu o rigor,  e continua matando. Hoje ela se traveste invisivelmente na internet, entre planilhas de Excel e aplicativos de celulares. Muita gente, muitos dados. E a fila tem que andar!  

Imagine uma epidemia de uma doença qualquer (nem é preciso uma imaginação fértil para isso, convenhamos, às vezes é até difícil escolher entre elas…) com 1% de mortalidade (um dado que, estatisticamente, é significativo). Ou seja, a cada 100 pessoas, “só”  uma morre. Aquele 1% vagabundo… Tudo bem, né? . Claro…. desde que não seja eu!

Esse é um probleminha pessoal que a Estatística tem: ela não vê as várias faces dos dados, só vê números. Números não são pessoas (são dados). E aí as pessoas confundem as coisas (já os dados, não).  Você é um número, lembra? Mas tem gente que não entende isso…

Quando se diz que tal doença mata tantos por cento dos pacientes, estamos falando de números (ou de você?). Sempre que há doenças, há estatísticas. E sempre tem alguém que serve de dado. Par ou ímpar?

Veja a coisa por outro lado. Se a doença tem 1% de mortalidade, quer dizer que, estatisticamente, todo mundo que pega a doença tem 1% de chance de ser aquele 1% vagabundo que vai morrer. Porque, a cada 100, um morre. E pode ser você!

Os 99% sobreviventes seguem vivos lamentando o 1% que morreu. Mas esse 1% está 100% morto. Frio, estático e estatístico: matemático. Sem pêsames ou cerimônias. Simples assim. 

As exceções fazem as regras, e a regra é clara, Arnaldo: jogo que segue!

Einstein dizia que o Universo não joga dados. A OMS diz que o movimento antivacinas é uma das 10 maiores ameaças à saúde global. Fique de olho no cartão vacinal!

Quem não conhece a História está condenado a repeti-la, dizem as más-línguas. E a Estatística também!

A Imunovida oferece vacinas mais completas e seguras que as do SUS. Consulte o seu médico e confira: temos vacinas para todas as idades!

Clínica da Criança e Adolescente & Imunovida. De olho na sua história e no seu futuro.

Ouça aqui uma música super legal sobre essa história toda:

Quer saber mais sobre esse assunto? Confira a matéria “Como a humanidade enfrentou as epidemias ao longo da história“, publicada pelo Viva Bem.

Intolerância à lactose em pediatria

Por Dr. Willian José Araujo Pereira | CRMMG 42385

A intolerância alimentar é uma reação adversa que depende de características individuais e ocorre como resultado de mecanismos patogênicos não imunológicos.

A intolerância à lactose é uma queixa muito comum no dia a dia do pediatra e do gastroenterologista pediátrico e que causa bastante ansiedade à família, pois está diretamente relacionada com a alimentação da criança. Quando não há uma orientação correta, a criança fica exposta a restrições dietéticas muitas vezes desnecessárias, o que pode causar sério comprometimento nutricional.

Os termos Alergia à proteína do leite (APLV) e intolerância à lactose não são sinônimos e é muito comum a confusão entre eles. No caso da alergia a proteína do leite de vaca, consiste em uma reação imunológica adversa às proteínas do leite (alfa lactoalbumina, beta lactoglobulina e caseína) que acontece após a ingesta (ou contato) de uma porção, mesmo que muito pequena, provocando alterações no intestino (diarreia com sangue), na pele (manchas, angioedema) e no sistema respiratório (tosse e bronquite, por exemplo). No caso, o tratamento é bastante diferente em comparação à intolerância à lactose.

A lactose é um tipo de açúcar encontrado no leite materno e no leite de outros mamíferos, em quantidades variadas. Quando ingerimos algum alimento que contém lactose, esta sofre ação de uma enzima chamada LACTASE, que é encontrada nas vilosidades das células do intestino delgado. Esta enzima tem a finalidade de quebrar a molécula de lactose em glicose e galactose para sejam absorvidas pelo organismo. Quando há uma deficiência da enzima, a lactose passa rapidamente para o intestino grosso, onde sofre ação de bactérias (fermentação) ali encontradas, provocando mal estar.

TIPOS:

Existem três tipos de intolerância à lactose:

a) Intolerância à lactose primária:

  • Durante os primeiros anos de vida, há grande produção da lactase, visto que o alimento predominante é o leite e seus derivados, mas com o envelhecimento e a introdução de novos alimentos, o leite deixa de ser a principal fonte nutricional e com isso o organismo começa a diminuir a quantidade da enzima e consequentemente torna-se menos tolerante a quantidade maiores de lactose.

b) Intolerância à lactose secundária:

  • Ocorre devido a algum processo que cause danos na mucosa intestinal e redução da atividade enzimática. É muito comum após episódios de diarreias (Gastroenterites), na doença celíaca e determinados tipos de parasitose intestinal.

c) Intolerância à lactose congênita:

  • É uma doença genética muito rara, que foi descrita em apenas algumas crianças na Europa. Há uma ausência total da produção de lactase.

SINTOMAS:

Os sintomas de intolerância à lactose geralmente começam em poucos minutos ou em até algumas horas após a ingesta de alimentos que contenham lactose. O principal sintoma é a dor abdominal que pode vir acompanhada de náuseas e vômitos, diarreia, aumento na eliminação de gases, distensão abdominal, dermatite peri anal (“assaduras”), entre outros. O grau destes sintomas pode variar de acordo com a ocasião.

DIAGNÓSTICO

  1. Clínico:
    É realizada a exclusão da dieta de todos os alimentos que possuem lactose em sua constituição por um período e então nota- se a melhora completa dos sintomas. Mais tarde, novamente esses alimentos são reintroduzidos e há aparecimento dos sintomas novamente. Trata-se do procedimento mais empregado.
  2. Exames laboratoriais:
    Existem alguns exames que podem auxiliar no diagnóstico, que são:
    – Teste Respiratório de Hidrogênio Expirado
    – Mede a quantidade de hidrogênio liberado pelos pulmões. Este gás é liberado devido a fermentação da lactose no cólon.
    – Teste Oral de tolerância à lactose
    – É um exame de sangue que consiste em dosagens seriadas de glicemia após a ingesta de 20 ou 50g de lactose. Durante a realização destas glicemias, espera- se um aumento de cerca de
    20mg/dL em relação ao jejum.

TRATAMENTO:

O tratamento consiste na reeducação alimentar onde deve- se reduzir temporariamente a ingestão de alimentos que contenham lactose e posteriormente realizar uma reintrodução gradativa. Geralmente é o suficiente para a melhora dos sintomas.

Não é recomendado a exclusão total ou definitiva da lactose da dieta, pois além de servir como substrato para a microbiota intestinal, pode causar graves prejuízos nutricionais de vitaminas e sais minerais. Além disto, a maioria das pessoas intolerantes à lactose pode ingerir cerca de 12 g / dia de lactose (equivalente a um copo de leite) sem apresentar sintomas adversos.

Para algumas situações especiais, onde existe a possibilidade de ingerir quantidades de maiores de lactose, existem medicamentos que podem ser utilizados para ajudar a diminuir os sintomas. Estes medicamentos podem ser encontrados em farmácias e estão disponíveis nas mais variadas apresentações e nada mais são do que a própria enzima lactase.

Fonte:

SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria
https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/noticias/nid/intolerancia-a-lactose/

SPSP – Sociedade de Pediatria de São Paulo
http://www.spsp.org.br/site/asp/recomendacoes/Rec_61_Gastro.pdf

MATTAR, Rejane; MAZO, Daniel Ferraz de Campos. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo , v. 56, n. 2, p. 230-236, 2010.