Meu filho está com virose!

Por Dr. Dorian Domingues

Essa é uma frase muito falada por quem retorna de um pronto-atendimento pediátrico. Mas geralmente se refere a um tipo específico de infecção: a diarreia aguda por rotavírus.

 

Virose é qualquer infecção provocada por vírus. Verrugas, febre amarela, dengue, hepatite e AIDS também são viroses, mas menos incidentes. Assim, por ser muito frequente em todo o mundo, a gastrenterite aguda por rotavírus é comumente chamada pelo leigo de “virose”. Como a gente diz Coca-Cola ao invés de dizer refrigerante ou Bombril em lugar de esponja de aço.

 

Os mais lembrados são os mais famosos, e o rotavírus fez por merecer a sua fama de mau. Rotavírus são a maior causa de diarreia aguda em todo mundo. Até o advento da vacina, a diarreia aguda por rotavírus era a maior causa de mortalidade infantil no Brasil, com alto índice de internações (meu filho passou por isso, não existia vacina) e óbitos (por isso, não, ufa!).

 

Os sintomas são clássicos: muitos vômitos nos primeiros dias. Se não controlados, levam à desidratação e à internação, porque a criança não consegue ingerir os líquidos para reidratar-se. É a fase da Fome. Come/mama e vomita. Depois disso, vem a diarreia (líquida, explosiva, várias vezes ao dia, com cólicas e gases) que geralmente é mais fácil de controlar. É a Vontade de Comer. Come e tem diarreia. Nessa fase, é muito importante restringir a lactose (e é difícil), senão o problema piora. O saldo final é a desidratação. E sem água não há vida.

 

O ruim é quando uma fase encontra a outra: quando se juntam a Fome e a Vontade de Comer (vômitos e diarreia) a infecção por rotavírus fica muito mais grave, demanda internação e cuidados hospitalares. E o risco de óbito aumenta muito.

 

A doença de tratamento individual barato (água, sal e açúcar) x milhões de pessoas era o maior gasto da assistência pediátrica do SUS, e assim o foi por muitos anos, até o surgimento da vacina.

 

Até esse advento, os rotavírus eram a maior causa de mortalidade infantil por doença infecciosa também em países desenvolvidos porque, ao contrário do que se pensa, os rotavírus gostam mesmo é do outono/inverno, que é o clima desses países (no verão, o que pega é a intoxicação por alimentos contaminados e perecíveis). Daí o recente aumento no número de casos nessa época do ano, de clima temperado.

 

O tratamento é relativamente simples: remédios para vômitos (depende da criança não vomitar a medicação) , soro de reidratação (idem) , probióticos (que precisam de um tempinho no intestino pra fazerem efeito) e suplementação de zinco. O difícil é fazer tudo isso com a criança evacuando e vomitando o tempo todo.

 

No Brasil, a vacina chegou às clínicas no ano 2000, 6 anos antes de chegar ao SUS. E nesse intervalo foi fácil observar a diferença entre vacinados e não, o que gerou um abismo entre o universo da saúde privada e a pública. Vacinou? Ok. Não vacinou? Pegou…

 

Não existia uma estatística na rede privada, apenas a nítida percepção de que as formas graves tinham virado raridade, e que os vacinados desenvolviam formas atenuadas da doença, de fácil tratamento domiciliar.

 

Quanto ao SUS: quatro anos após o início (em 2006) da vacinação pública a mortalidade infantil caiu 22%. Considerando-se que não houve melhora do saneamento ou educação, o mérito é da vacina!

 

A vacina monovalente contra rotavírus do SUS é, obviamente, muito boa. Mas há muito tempo existe uma vacina pentavalente (com cinco vírus) que protege bem mais do que ela. E que é obviamente muito melhor!

 

A Clínica da Criança e do Adolescente existe desde o tempo em que a vacina não existia, e a doença virava epidemia. Mas agora é diferente: temos a vacina. E ela é pentavalente.

 

O passado garante: na IMUNOVIDA, estamos sempre à frente. Mais, mais cedo, melhor. Proteção é aqui. Cuidando da saúde da sua família desde 1996.

É Bronquite ou Asma?

Por Dr. Dorian Domingues

A asma brônquica (atenção, leitor: não existe bronquite asmática) é uma das doenças crônicas mais comuns do mundo, juntamente com a hipertensão arterial (pressão alta), diabetes (açúcar no sangue) e dislipidemias (colesterol alto). Mas tem uma diferença fundamental: a asma já se manifesta na infância.

No caso da asma, ela é crônica, mas não necessariamente degenerativa: vai depender da abordagem precoce e adequada da doença. Ninguém merece viver chiando. A asma brônquica é um processo inflamatório que gera hiperreatividade das vias aéreas com variáveis graus de broncoespasmo e dispneia em seus portadores (em medicinês). Isso quer dizer tosse, chieira e cansaço (falta de ar), principalmente após esforços súbitos.

A doença varia de pessoa para pessoa. Os fatores desencadeantes são vários, mas alguns são sempre comuns: infecções respiratórias (resfriados, gripes, sinusites), inversões climáticas, poluentes ambientais (mofos, ácaros e cia, derivados de benzeno, fumaça – principalmente de cigarro) e mesmo alimentos (alergia à proteína do leite de vaca é o destaque, mas também ovo, soja, amendoim, corantes…).

Por conta do acúmulo de secreções, as pessoas asmáticas têm mais infecções respiratórias que demandam antibióticos. Mas isso não quer dizer “imunidade fraca”. Pelo contrário, é excesso de reatividade.

Muito importante: os asmáticos são grupo de altíssimo risco para gripe e suas complicações, entre elas pneumonias. Fique de olho nas vacinas contra gripe e pneumococos da rede privada (as do SUS são incompletas).
Se não adequadamente prevenida e tratada, a asma pode trazer limitações à qualidade de vida. Mas prevenção é o que não falta: 10% das pessoas são asmáticas. E o que mais tem são remédios para a doença. Inclusive, distribuídos pelo SUS.

Além das práticas preventivas (alimentação saudável, não-exposição a poluentes), há várias medicações, de uso oral ou inalatório, geralmente muito eficazes no controle das exacerbações das crises. Cada caso é um caso, e a prescrição deve ser feita de forma individualizada, de acordo com a asma de cada um. Em casos extremos, há vacinas (imunoterapia – mas isso é assunto para o nosso alergista, o Dr. Renato Camilo).

A gente (sim, eu sou um) nasce e morre com asma, mas não precisa viver com asma, nem morrer de asma! Não fique chiando por aí. Marque a sua consulta. Na Clínica da Criança e do Adolescente a gente sabe tudo sobre asma, suas complicações e prevenção!

Dicas para um verão saudável

Quer passar o verão sem sufoco? Hidratação e pequenas refeições são pontos-chave

 

Não tem jeito, o calor chegou com força e muitas pessoas começam a sofrer com a sensação de moleza e indisposição.

Para combater esses sintomas e ficar com a saúde em dia, algumas atitudes devem ser (literalmente) tomadas. Como a hidratação. A água é o principal componente do nosso corpo, fundamental para o transporte de oxigênio, nutrientes e sais minerais por todo o nosso organismo. A água é o catalisador universal. Sem água, não existe vida.

A água proporciona a eliminação de substâncias do metabolismo, pela urina, fezes e suor. Esse último, inclusive, tem a função de regular a temperatura do corpo, ou seja, refrigerar o sistema corporal. Por isso, a garrafinha de água deve ser a sua principal parceria na estação do sufoco. O ideal é que se beba de 2 a 3 litros por dia. E que se reutilize ou recicle a garrafa!

A má-hidratação tem sinais evidentes: cansaço, indisposição, dor de cabeça, tontura, fraqueza, pele e lábios ressecados e por aí vai… Vale lembrar também que idosos e crianças pequenas desidratam com mais facilidade, portanto, precisam de atenção redobrada.

 

A alimentação pode influenciar na indisposição?

A resposta é: SIM! No verão, a alimentação deve ser mais frequente e leve. A ingestão de muitas calorias requer energia do corpo no processo digestivo. Portanto, as principais refeições, como café da manhã, almoço e jantar devem ser menores e rica em alimentos frescos, como saladas, legumes e frutas.

Esses alimentos devem ser combinados com ovos, carnes magras grelhadas ou assadas. Evite gorduras. Uma refeição equilibrada ajuda no controle da saciedade do organismo, e pequenas mudanças no hábito alimentar já são eficientes para se manter saudável, bem-disposto e animado para enfrentar esse calorão.

Não dá pra lutar contra a Maju Coutinho, ou a zona de convergência de não sei-o-quê. Mas dá, sim, pra driblar o calor!

Use e abuse de roupas curtas, largas e claras, evite exercícios físicos nos momentos de pico, aceite pagar um pouco mais de eletricidade para refrigerar seus alimentos e seu ambiente. Mude a chave do chuveiro. E, a dica básica: sombra e água fresca!

Se os sintomas continuarem, procure a Clínica da Criança e do Adolescente. Sempre presente, faça sol ou faça chuva!

Fotoproteção ocular: você sabe como se proteger?

Por Dra. Aline Brasileiro

Fotoproteção Ocular: cuidados com os olhos no verão

Entenda os sintomas e saiba como se proteger

 

A radiação ultravioleta (UV), oriunda do sol, pode causar queimadura de pele, envelhecimento e câncer, além de lesões oculares. A maior fonte de radiação UV é o sol, porém, ela é produzida também por lâmpadas fluorescentes e de descarga de mercúrio, além de lasers.

Nos olhos, os efeitos da exposição excessiva à radiação UV costumam aparecer a longo prazo (anos). São doenças da conjuntiva, como pterígio, alguns tumores, maior incidência de catarata e, possivelmente, degeneração da mácula em idades avançadas, pelo efeito cumulativo das radiações.

Podem acontecer também alterações decorrentes de uma dose única e forte de radiação UV (após um dia de praia por exemplo). Os sintomas e sinais mais comuns, determinados por uma exposição aguda, são vermelhidão, lacrimejamento, coceira, fotofobia, edema (inchaço) conjuntival e palpebral e dificuldade de adaptação ao escuro. Podem se confundir com uma conjuntivite.

Pessoas mais vulneráveis no verão

As crianças e os idosos são mais vulneráveis à radiação UV. Nas primeiras, a pupila está mais dilatada e o olho possui menos pigmento, sendo mais sensível aos raios UV. O cristalino e a córnea, que são as lentes naturais dos olhos, também são menos eficientes na filtração. Nas crianças menores de 1 ano de idade 90% dos raios UV A e 50% dos UV B, que chegam ao olho, atingem a retina. Nas de 12 e 13 anos, 60% de UV A e 25% de UV B.

Nos adultos acima de 25 anos, a quantidade de luz ultravioleta que atinge a retina diminui consideravelmente. Como os efeitos geralmente são sentidos a longo prazo, na maioria das vezes após os 50 anos de idade, a tendência natural é não haver uma maior preocupação com o problema e a exposição pode acelerar a deterioração da visão com a idade.

Acessórios que ajudam na proteção

Por isso é importante que os adultos se lembrem de proteger os olhos das crianças desde cedo, utilizando óculos solares com proteção UV, bonés e chapéus e evitando exposição excessiva ao sol, principalmente nos horários de pico de radiação UV (entre 10h e 17h).

Caso seu filho esteja passando por esse problema o aconselhável é procurar um oftalmologista.

Na Clínica da Criança estamos prontos para te atender. Agende sua consulta pelo telefone (32) 4009-4800.

Cuidados no Verão: insolação e desidratação em crianças

Por Dr. Dorian Domingues

NÃO ESQUENTE A CABEÇA!

A insolação e a desidratação são dois problemas comuns, principalmente no verão, e podem estragar as suas férias. É muito importante que você observe as orientações para uma exposição saudável ao sol.

A insolação é um tipo de intoxicação física, causada (como o nome diz) pela excessiva exposição à luz solar, mesmo que não haja ingestão de drogas ou alimentos contaminados. O corpo absorve mais energia do que consegue devolver ao meio. Tudo em excesso faz mal, inclusive muito sol e, nesse caso, ocorrem náuseas, vômitos, tonteira, dores de cabeça e mal-estar geral. Pode ser tratada em casa, à sombra (hidratação oral e alimentação leve), ou precisar de hidratação venosa. Quem já teve sabe o que é! Aqui, não adianta só estar hidratado: é preciso mesmo sair do sol. Hidratado ou não, você pode sofrer insolação.

Já a desidratação pode ocorrer tanto em função da exposição ao sol sem a adequada reposição de líquidos e nutrientes (sódio, potássio etc, que se perdem inclusive na transpiração) quanto devido à diarreias e vômitos (diarreia aguda, em termos medicinais).

Na desidratação ocorre um grande desequilíbrio de líquidos e sais minerais em todo o organismo, percebido a princípio pelos rins e manifestado como sede, mas que afeta principalmente o cérebro. Ocorre um ciclo vicioso de vômitos ou diarreia – desidratação – mais vômitos/diarreia, em que a pessoa só piora. Quanto mais nauseado fica, mais vomita e desidrata! A água é o principal componente do nosso organismo e é ela que faz todo o resto funcionar. A maior parte de nossas reações metabólicas ocorre mediada pela água. Com a perda de líquidos corporais, tudo desanda, como um efeito cascata: a urina diminui, a saliva fica grossa e escassa, a pele pastosa, a boca seca. Nos bebês, ocorre depressão da fontanela anterior (a moleira fica murcha), os olhos ficam encovados. Em casos mais graves, ocorre insuficiência renal e, no extremo, podem haver arritmias, convulsões e mesmo coma ou morte, devido aos distúrbios metabólicos generalizados.

A desidratação não é uma “doença”, ela é sempre uma consequência de algum desses fatores. E é uma causa importante de consultas de emergência e internações nessa época do ano.

O tratamento é um só: repor o equilíbrio, as perdas de água e sais minerais que foram perdidos. Nos casos leves: via oral, com soro de reidratação ou água de coco. Em parte das vezes: por via venosa. E, em alguns casos, até internação, para melhor controle do estado geral, dos vômitos e de monitorização cardíaca e renal, além do bem-estar do paciente e da estrita vigilância.

É sempre importante a avaliação do seu médico para orientação da melhor forma de tratamento. E há vários medicamentos que podem diminuir a duração da doença e/ou minimizar os riscos de desidratação grave.

Ainda temos as queimaduras solares e a fotoproteção ocular… mas isso é assunto para outro texto.

Nesse verão, use e abuse do seu charme, do chapéu, boné, roupas com FPS… O glamour do verão é sombra e água fresca!

Fique de boas nesse verão. E não esquente a cabeça!