Ansiedade Infantil: como lidar e aliviar os sintomas nas crianças

Por Dra. Luane Vieira dos Santos – Psicóloga da Clínica da Criança e do Adolescente

A ansiedade é uma emoção comum diante de acontecimentos novos, portanto as crianças não estão imunes. Então, quando devo me preocupar? Em que momento ela se torna um problema? O que fazer? Calma, essas três perguntas serão respondidas a seguir.

Em primeiro lugar, a ansiedade é um termo geral. Pode não parecer, mas a ansiedade é o distúrbio mais encontrado nos pequenos, muitas vezes se confundindo com o TDAH. Quando os sentimentos de angústia, nervosismo, medo e preocupação se tornam intensos e excessivos interferindo na vida cotidiana e de forma prolongada, pode-se dizer que há um transtorno de ansiedade.

Não seria atípico crianças apresentarem comportamentos diferentes durante a pandemia, levando em conta que a saúde mental deles pode ter ficado abalada, já que sua rotina habitual, socialização com outras crianças e a exploração de novos espaços foram afetados pelo isolamento social.

A criança, por estar em constantes descobertas, acaba processando situações e mudanças de forma mais lenta que os adultos, ou seja, ela passa por um período maior de interpretação e adaptação às coisas novas.

Seus sintomas são diversos, dentre eles: mudança nos hábitos alimentares (que podem aumentar ou diminuir), insônia, desatenção, hiperatividade, dores físicas, irritabilidade, impaciência, problemas digestivos, fobias etc.

Mesmo que seja difícil, e é mesmo, os pais ou responsáveis não devem reagir com irritação ou desprezo diante da situação. Se existem dúvidas, o melhor a fazer é procurar um profissional para uma avaliação e, se necessário, para intervenções. A psicoterapia serve para investigar possíveis fontes que possam levar à manifestação de sintomas. O Psicólogo acolherá esses sentimentos de angústia que estão tomando o controle da vida da criança e afetando o seu desenvolvimento.

Em alguns casos é comum ocorrerem crises, e diante desses episódios o que devemos fazer? Primeiramente manter a calma! Em seguida validar os sentimentos dos pequenos, mostrar que estamos lá para ajudá-los e distrai-los com coisas que eles gostam. Conversar de forma clara e breve sobre a situação, pois muitas vezes as crianças ficam mais nervosas por não entenderem o que está acontecendo. Outros métodos que podem ajudar serão descobertos caso a caso durante o processo terapêutico.

Fique atento aos sinais: quanto mais cedo a identificação, mais eficaz é o tratamento, levando a uma vida mais saudável.

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A Importância da Saúde Mental

(Por Luane Vieira)

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o termo saúde pode ser considerado como o bem estar físico, social e mental. Assim, pode-se dizer que sem saúde mental não se tem saúde. Da mesma forma, a OMS diz que a saúde mental pode ser caracterizada por um estado de bem estar, em que o sujeito é capaz de lidar consigo e com o meio em que vive, reconhecendo e manejando adequadamente suas questões, sentimentos, emoções positivas e negativas.

O ser humano é um ser social por natureza. Em outras palavras, apesar de cada um ser singular, é impossível desconsiderar os fatores que estão à sua volta. Somos influenciados pelo ambiente em que vivemos e recebemos estímulos de nosso meio o tempo todo. Na infância isso se intensifica, já que a criança busca descobertas e explorações.

Uma mente saudável não é sinônimo de uma vida sem adversidades. Ter saúde mental não é se esquivar dos problemas e suas demandas, mas saber lidar com elas; é ter a capacidade de atuar em sua própria vida. Mas uma criança é capaz disso? Sim, a criança é um ser, com seus direitos e desejos. Muitas vezes, desconsideramos essa individualidade e supomos que as crianças são novas demais, visto que ainda não passaram por todas as fases do desenvolvimento. Porém, o ser humano, independentemente de sua idade, deve ser potencializado, e o processo terapêutico visa, dentre diversos pontos, a autonomia e autoconhecimento (peças chaves para que as crianças passem pelas fases do desenvolvimento da melhor forma possível).

Alguns dados para elucidar a relevância da saúde mental desde o pilar do desenvolvimento, a infância: o Brasil é o principal país com pessoas ansiosas do mundo, cerca de 9,3%; o segundo país com a maior taxa de pessoas depressivas na América, com 5,8%. Estudos apontam que 0,2% a 7,5% das crianças abaixo de 14 anos se encontram com quadro depressivo. Os sintomas variam, sendo os mais frequentes: baixo desempenho escolar, dores físicas, sonolência, mudanças de humor, insegurança, mudança de padrão alimentar, sentimento de rejeição etc. As crianças têm dificuldade para expressar o sentimento depressivo, pois não sabem nomear suas próprias emoções. Já a ansiedade na infância se mostra mais comumente como impaciência, desatenção, irritabilidade, agitação motora, pensamentos excessivos, alterações no apetite, dores físicas etc. A ansiedade é uma emoção normal diante de situações novas, mas se torna um problema quando tais sintomas interferem no desenvolvimento da criança.

Assim como a ansiedade e a depressão, transtornos de aprendizagem, alimentares, entre outros, são quadros que mostram que a saúde do corpo começa com a mente. Bem como o atual contexto aponta a importância dos cuidados com a saúde mental: a pandemia de covid-19 exemplifica como somos atravessados pelo meio, esse composto por seus aspectos físicos e sociais, levando a demandas emocionais e afetivas.

Independentemente da faixa etária, seja criança, adolescente, adulto ou idoso, quando se cuida da mente, se cuida da vida.


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