Cirurgia de Estrabismo: o que é e quando fazer
Também conhecido popularmente como vesgueira, o estrabismo é uma doença que afeta a função dos músculos oculares. Algumas pessoas apresentam, ainda bebês, um desvio nos olhos. A condição normalmente regride e aos poucos os órgãos alinham-se corretamente. Porém, quando isso não ocorre, vários tratamentos podem ser feitos, entre eles a cirurgia de estrabismo.
Mas quando o procedimento cirúrgico é indicado? Quem pode fazer? Adulto pode ou não pode? As crianças também precisam passar por ela? É o que vamos te contar neste artigo.
Preparado? Então vamos lá.
O que é e o que causa o estrabismo?
Como falamos no artigo “Estrabismo: conheça mais sobre a doença”, a disfunção pode surgir no nascimento e tem como principal causa os problemas genéticos. Quando a doença aparece no decorrer dos anos, ela pode ter vários fatores. Entre eles podemos destacar:
- Diabetes;
- Doenças neurológicas;
- Traumatismos na cabeça;
- Grau elevado de hipermetropia.
Além do desalinhamento dos olhos, algumas pessoas com estrabismo também apresentam diplopia. Comumente conhecida como visão dupla, essa alteração faz com que o indivíduo enxergue os objetos em dobro. Isso geralmente ocorre quando o desvio é adquirido em crianças mais velhas e adultos.
Nas crianças menores não ocorre diplopia porque o cérebro “desliga” o olho desviado a fim de evitar a visão dupla (a isso dá-se o nome de supressão). O problema é que a supressão impede que a visão se desenvolva corretamente, causando a ambliopia, popularmente conhecida como “olho preguiçoso”.
Quando o estrabismo não regride espontaneamente ainda nos primeiros meses de vida, alguns tratamentos podem auxiliar na correção dos olhos, entre eles o uso de óculos, lentes corretivas e tampões. Porém, há casos em que a cirurgia de estrabismo é recomendada. Mas em quais situações esta intervenção é necessária? Como é o procedimento e quais os riscos que ele oferece ao paciente?
O que é e como funciona a cirurgia de estrabismo?
A cirurgia de estrabismo é indicada em casos em que sabidamente o tratamento clínico (óculos e tampão) não funciona ou naqueles em o tratamento clínico melhora o desvio, mas não de maneira satisfatória. O procedimento é realizado nos músculos extraoculares e o cirurgião Oftalmologista realiza uma pequena incisão para chegar até eles. Tudo é feito no tecido que cobre o olho e em momento algum o globo ocular é atingido ou retirado.
Durante a cirurgia de estrabismo, os músculos dos olhos são afrouxados ou apertados, dependendo de cada caso. Com isso, os olhos são reposicionados e o estrabismo é corrigido. Em alguns casos, mesmo após a cirurgia, ainda pode ser necessário o uso de óculos ou tampão.
É importante que se faça a avaliação com o especialista o mais cedo possível, pois para determinados tipos de desvio o sucesso do alinhamento ocular a longo prazo é maior quanto mais cedo se opera; a cirurgia em si não traz melhora da visão, mas o realinhamento precoce dos olhos pode ajudar no tratamento da ambliopia (olho preguiçoso). Isso sem contar o ganho estético e para a autoestima da criança. Por outro lado, nem sempre a cirurgia precoce é o melhor tratamento; há casos em que é preferível postergar o procedimento até que a criança esteja um pouco maior. Por isso a avaliação e o acompanhamento do oftalmologista especializado são muito importantes desde cedo, para que não se perca a indicação cirúrgica no melhor momento possível.
Há ainda um mito que pacientes adultos que são estrábicos desde a infância não podem mais ser submetidos à cirurgia. Quase sempre eles podem sim (como tudo em Medicina, há exceções). Há estudos que comprovam a grande melhora da qualidade de vida em pacientes submetidos à cirurgia de estrabismo, devido à melhora em distúrbios associados como baixa autoestima, depressão, dificuldade de relacionamento, isolamento social etc.
Como é a recuperação da cirurgia de estrabismo?
Apesar de ser um procedimento cirúrgico, a intervenção é rápida (podendo variar de 30 minutos a cerca de 01h30) e não necessita de internação (o procedimento é feito sob o regime de hospital-dia, ou seja, o paciente é operado e volta para casa no mesmo dia). A recuperação é relativamente rápida – variando, claro, de pessoa para pessoa – e é preciso interromper as atividades do dia a dia por pouco tempo. O resultado final da cirurgia de estrabismo pode ser observado depois de aproximadamente 6 semanas. Além disso, é necessário o uso de colírio no pós-operatório, prescrito pelo médico Oftalmologista.
Como toda intervenção cirúrgica, a cirurgia de estrabismo tem os seus riscos, sendo que os mais graves, como infecções ou complicações relacionadas à anestesia são muito pouco frequentes. Dentre as complicações mais comuns podemos citar: dor nos olhos, vermelhidão, abrasão na córnea, formação de tecido cicatricial (incluindo cistos conjuntivais).
O mais importante quando falamos em estrabismo é o diagnóstico precoce. Por isso é essencial levar os bebês e crianças ao Oftalmologista pediátrico para avaliações de rotina. Quanto mais cedo a doença for detectada, maiores serão as chances de sucesso do tratamento.
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