Corra que a gripe vem aí!
Por Dr. Dorian Domingues | CRMMG 22323
O outono chegou trazendo (enfim!) alívio para aquele calorão terrível, charmosas coleções de moda e uma gostosa sensação de aconchego e intimidade. Mas nem tudo é glamour: é na bruma leve do friozinho que o vírus da gripe se sente em casa.
O brasileiro se acha europeu quando o assunto é moda, turismo ou automóveis, mas se finge de índio quando o tema é vacinação, principalmente contra a gripe. Bora desmistificar esse nosso lado macunaímico!
Regra básica número 1 sobre vacinação: as vacinas que o SUS disponibiliza são aquelas indispensáveis, ou seja, questão de sobrevivência. Não se vacinar contra febre amarela e tuberculose, no Brasil, por exemplo, é suicídio. As doenças variam de um país para o outro. No hemisfério norte, essas aí não são relevantes.
Regra básica número 2: as vacinas do SUS geralmente são menos potentes ou menos seguras que da rede privada e, muitas vezes, em doses insuficientes ou apenas para uma determinada fração da população. A imunização contra a gripe resume alguns desses pontos.
Mas vamos falar da doença primeiro, antes de falar da vacina. Afinal, estamos no Brasil, né?!
As pessoas acham que gripe é um resfriado forte, mas é um grande engano. A gripe é uma doença grave, com alta taxa de morbidade (adoecimento) e mortalidade, principalmente nos tradicionais grupos de risco para qualquer doença (idosos, crianças pequenas e portadores de doenças associadas), mas também tem uma cruel atração por grávidas e puérperas.
Nessas pessoas as complicações (pneumonias etc) e a mortalidade são mais frequentes. E o SUS oferta a vacina de graça. É a Europa!
E é aí que entra o nosso lado tupiniquim: como não existe informação, as pessoas fora desses grupos de risco (risco do SUS, diga-se) acham que não necessitam de imunização contra a doença. E são justamente essas as que adoecem e engrossam as filas dos hospitais e as estatísticas dos obituários. É a Natureza Selvagem!
Quer saber mais sobre a gripe? Vem comigo!
Os vírus da gripe são altamente contagiosos; a incubação é rápida e a invasividade muito alta. Os vírus rapidamente penetram o endotélio das vias aéreas e se replicam, usando as células do paciente para reproduzir o seu material genético.
Este intenso processo inflamatório agudo gera quadros respiratórios graves com muita tosse, catarro, congestão nasal e ocular e eventual insuficiência respiratória aguda, mesmo em pessoas previamente hígidas.
Além dos sintomas respiratórios, há a toxemia geral: muita febre alta, dor de cabeça, garganta, nos olhos e no corpo todo, abatimento geral, perda do apetite e de peso, fraqueza muscular generalizada. A pessoa com gripe acha que foi atropelada e para pra ver, ouvir e dar passagem.
O cenário respiratório de pós-guerra é uma porta aberta para as temíveis infecções secundárias como as pneumonias (contra as quais também há vacinas melhores na rede privada). Em casos extremos, ocorre o óbito por complicações ou por colapso cardiopulmonar.
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Há vários tipos de vírus da gripe e podemos resumi-los rapidamente da seguinte forma: Influenza tipo A (H1N1, H3N2) e Influenza B (Yamagata e Victoria). A vacina tetravalente da Imunovida tem sempre os 4 tipos de vírus. E a do SUS só tem 3.
A vacina é indicada para TODAS as pessoas acima dos 6 meses de idade, e aqui não tem essa de grupo! Risco é risco!
A vacina chegou na Imunovida faz tempo. Agora, o inverno está chegando. Corra que a gripe vem aí!