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Cuidados no Verão: insolação e desidratação em crianças

Por Dr. Dorian Domingues

NÃO ESQUENTE A CABEÇA!

A insolação e a desidratação são dois problemas comuns, principalmente no verão, e podem estragar as suas férias. É muito importante que você observe as orientações para uma exposição saudável ao sol.

A insolação é um tipo de intoxicação física, causada (como o nome diz) pela excessiva exposição à luz solar, mesmo que não haja ingestão de drogas ou alimentos contaminados. O corpo absorve mais energia do que consegue devolver ao meio. Tudo em excesso faz mal, inclusive muito sol e, nesse caso, ocorrem náuseas, vômitos, tonteira, dores de cabeça e mal-estar geral. Pode ser tratada em casa, à sombra (hidratação oral e alimentação leve), ou precisar de hidratação venosa. Quem já teve sabe o que é! Aqui, não adianta só estar hidratado: é preciso mesmo sair do sol. Hidratado ou não, você pode sofrer insolação.

Já a desidratação pode ocorrer tanto em função da exposição ao sol sem a adequada reposição de líquidos e nutrientes (sódio, potássio etc, que se perdem inclusive na transpiração) quanto devido à diarreias e vômitos (diarreia aguda, em termos medicinais).

Na desidratação ocorre um grande desequilíbrio de líquidos e sais minerais em todo o organismo, percebido a princípio pelos rins e manifestado como sede, mas que afeta principalmente o cérebro. Ocorre um ciclo vicioso de vômitos ou diarreia – desidratação – mais vômitos/diarreia, em que a pessoa só piora. Quanto mais nauseado fica, mais vomita e desidrata! A água é o principal componente do nosso organismo e é ela que faz todo o resto funcionar. A maior parte de nossas reações metabólicas ocorre mediada pela água. Com a perda de líquidos corporais, tudo desanda, como um efeito cascata: a urina diminui, a saliva fica grossa e escassa, a pele pastosa, a boca seca. Nos bebês, ocorre depressão da fontanela anterior (a moleira fica murcha), os olhos ficam encovados. Em casos mais graves, ocorre insuficiência renal e, no extremo, podem haver arritmias, convulsões e mesmo coma ou morte, devido aos distúrbios metabólicos generalizados.

A desidratação não é uma “doença”, ela é sempre uma consequência de algum desses fatores. E é uma causa importante de consultas de emergência e internações nessa época do ano.

O tratamento é um só: repor o equilíbrio, as perdas de água e sais minerais que foram perdidos. Nos casos leves: via oral, com soro de reidratação ou água de coco. Em parte das vezes: por via venosa. E, em alguns casos, até internação, para melhor controle do estado geral, dos vômitos e de monitorização cardíaca e renal, além do bem-estar do paciente e da estrita vigilância.

É sempre importante a avaliação do seu médico para orientação da melhor forma de tratamento. E há vários medicamentos que podem diminuir a duração da doença e/ou minimizar os riscos de desidratação grave.

Ainda temos as queimaduras solares e a fotoproteção ocular… mas isso é assunto para outro texto.

Nesse verão, use e abuse do seu charme, do chapéu, boné, roupas com FPS… O glamour do verão é sombra e água fresca!

Fique de boas nesse verão. E não esquente a cabeça!