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Gravidez na adolescência

Embora a taxa de fecundidade no Brasil seja mais baixa que a média mundial, se analisarmos esta taxa especificamente em relação a gestações ocorridas na adolescência, percebemos que os índices brasileiros estão acima da média, sendo que a cada 1000 adolescentes brasileiras, 53 adolescentes ficam grávidas, enquanto a média mundial é de 41.

Esta comparação mostra que em nosso país há um número considerado alto de gestações de adolescentes, 400 mil casos por ano, de forma que são necessárias medidas dos órgãos de saúde, públicos e privados, de conscientização da população com a finalidade de diminuir estes índices, já que uma gravidez durante a adolescência pode gerar diversos riscos à mãe e à criança que está sendo gestada, podendo comprometer o desenvolvimento social, cultural e profissional da gestante. 

Riscos de uma gravidez na adolescência: 

As gestações ocorridas no período da adolescência são um problema social e de saúde pública, pois possuem vários fatores de riscos para a gestante e o bebê, além de serem, na maioria das vezes, não planejadas, e as jovens gestantes carecerem de condições ideais para exercer a maternidade.

Alguns riscos ocorrem por razões fisiológicas, como é o caso do duplo anabolismo, um fenômeno ocorrido em gestações de adolescentes que menstruaram a primeira vez menos de dois anos antes de engravidar, em que o organismo da mãe compete com o feto e, portanto, transfere a ele menos nutrientes.

Existem ainda as complicações pela falta de estrutura física da adolescente para suportar uma gravidez, caso ela tenha menos que 1,50m de altura e pese menos que 45Kg, assim como o aumento da possibilidade de pré-eclâmpsia, de desproporção pélvica-fetal, que ocorre em situações que a pelve materna não é larga suficiente para permitir a passagem da cabeça do bebê, e maiores riscos para a saúde da gestante em casos de gravidez gemelar.

Questões sociais envolvendo gravidez na adolescência:

As questões que se originam de fatores sociais também precisam ser levadas em consideração. Neste aspecto, tem-se a possibilidade do consumo de álcool e outras substâncias pela mãe, a não realização do pré-natal por muitas gestantes adolescentes, a possibilidade de ser uma gravidez resultante de abuso sexual, entre outras questões. 

Importante ressaltar também que as jovens mães, muitas vezes sem receber o apoio necessário dos genitores de seus filhos e das próprias famílias, têm a vida pessoal e profissional prejudicada, tendo que se afastar dos estudos e não conseguindo se inserir no mercado de trabalho, o que pode gerar perdas na formação tanto da mãe quanto da criança nascida nestas circunstâncias.

Como realizar essa prevenção?

É certo que a disponibilização de métodos contraceptivos de forma acessível é essencial, principalmente a camisinha, que além de contraceptivo previne a contaminação por ISTs.

Porém, sem uma educação sexual integrada entre as famílias e as escolas, de maneira que informações a respeito de sexualidade, contracepção, ISTs e consentimento cheguem às crianças e aos adolescentes, o simples oferecimento dos contraceptivos não é suficiente.

Assim, o maior papel dos pais na prevenção da gravidez na adolescência é, sem dúvida, manter com seus filhos um diálogo saudável, claro e respeitoso acerca de sexualidade, sempre dando acesso a informações relevantes para sua segurança.

E lembrando que caso precise de ajuda profissional, procure um médico de confiança para que possa contribuir nessa conversa com o seu filho. A Clínica da Criança e do Adolescente acredita que o acompanhamento, cuidado e diálogo são essenciais para o bom desenvolvimento do seu filho, conte conosco!