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Respeito, atenção e cuidado: as crianças são os adultos do futuro

Por Clínica da Criança e do Adolescente

Durante os anos que se passaram no nosso mundo, estudamos e observamos mudanças intrínsecas em cada parte do planeta, seja por regiões, estados ou países. Com culturas diferentes e baseadas em princípios particulares, as formas com que lidamos com o ser humano se torna uma crescente evolução, uma vez que nossos ancestrais de forma alguma lidariam uns com os outros da maneira como lidamos hoje. 

E essa forma de encarar o ser humano muda também quando nos relacionamos com certas etapas da vida, ou seja, nosso tratamento vai mudar quando lidarmos com uma criança e com um idoso. 

A verdade é que nem sempre tivemos um conceito e uma visão das crianças como nos dias de hoje. Por isso, que tal uma cronologia para entendermos qual é realmente o papel dos pequenos na sociedade atual? 

O passado

Até o final do século XVIII, as crianças eram vistas como mini adultos, numa concepção de que poderiam suportar trabalhos pesados tanto quanto homens adultos. Nesta época não existia uma atenção específica às necessidades das crianças, que eram vistas apenas como homens com tamanhos reduzidos. 

Elas eram postas para trabalharem nos mesmos locais e usar as mesmas roupas. “A criança era, portanto, diferente do homem, mas apenas no tamanho e na força, enquanto as outras características permaneciam iguais” (ARIÈS, 1981, p.14). 

No entanto, em determinado ponto da História, a igreja se pôs a identificar as crianças como semelhantes aos anjos, o que traria uma nova perspectiva sobre elas, refletindo a inocência e a fragilidade. 

O presente

Com toda essa evolução vinda das experiências dos séculos passados, começamos a dar a atenção que realmente era necessária para esta faixa etária, identificando suas particularidades e dando a elas um reconhecimento efetivo de espaço dentro da nossa sociedade.

A orientação e a educação passaram a receber uma dedicação superior a qualquer outra dada às crianças no passado. Dessa maneira, elas foram ocupando um espaço de muita importância em nossa sociedade. 

Enquanto na Idade Média a criança era sem valor e suas responsabilidades eram trabalhar e chegar o mais rápido possível na fase adulta, após o século XVIII, se dá o início do processo de escolarização infantil.

Atualmente, sabemos da importância de respeitar os direitos das crianças: educação, acesso à cultura, à alimentação, às suas individualidades e muito mais. Inclusive, esses direitos são resguardados por Lei (no Brasil o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA – foi publicado pela primeira vez em 1990 e representa um marco na proteção da Infância). 

É desde a primeira infância que começamos a reunir histórias e ideais que nos acompanharão por toda a vida, em quaisquer que sejam as nossas decisões. É nessa fase que aprendemos a nos relacionar, construímos nosso Eu e formamos a base do adulto do futuro.

Por isso, respeitar as crianças, amá-las e ensiná-las desde os seus primeiros dias de vida poderão mudar o futuro e torná-lo mais amável. 

“Os cientistas dizem que somos feitos de átomos, mas um passarinho me contou que somos feitos de histórias.” Eduardo Galeano