Urticária na Infância

A urticária é uma das formas de alergia mais assustadoras  e é motivo frequente de consultas pediátricas em serviços de urgência. O corpo vermelho e empolado das crianças, associado à coceira intensa e à preocupação com um eventual edema de glote (que pode levar à morte),  levam muitos pais ao desespero. Mas, ao contrário do que se imagina, o quadro geralmente é auto-limitado e na maior parte das vezes benigno nessa faixa etária. Quer saber mais sobre urticária? Nosso blog explica!

Primeiro, as boas notícias: por definição, a urticária começa de forma súbita e evolui rapidamente mas NÃO deixa sequelas. Portanto, em poucos dias a pele do seu filho estará 100% recuperada!

A urticária pode ser classificada como aguda (duração menor que 06 semanas – é a forma mais comum na infância) ou crônica (maior que 06 semanas – mais comum em adultos, às vezes se arrastando por anos).

Estatisticamente, até 20% das pessoas terão um episódio de urticária na vida, e em 0,1% de todas as consultas médicas o médico observará a presença de urticas no exame físico, mesmo que o paciente não se queixe disso. Por isso, o  médico deve colher uma história bem detalhada do caso do paciente para definir a real etiologia do problema!

É importante salientar que grande parte das urticárias agudas são causadas por infecções, geralmente virais. Portanto, não é indicado suspender alimentos supostamente  suspeitos da dieta das crianças até a devida avaliação médica. Essas restrições alimentares podem inclusive gerar prejuízos nutricionais e comprometimento pondero-estatural nos pacientes. Como apenas uma parte  dos casos é desencadeada por alimentos,  somente um médico poderá orientar sobre a necessidade ou não da restrição dietética.

Mas… E como é a urticária, enfim?

A lesão básica dessa doença é chamada de urtica. Essa  lesão se assemelha a uma picada de inseto, gerando um aspecto avermelhado na pele. As urticas se disseminam pelo corpo de forma bastante intensa, tornando-se confluentes e desenhando no corpo da criança um cenário parecido com um mapa, com várias “ilhas” e “continentes”, inclusive com relevo (pele empolada). O mapa, inclusive, vai mudando de lugar: a urticária vai, mas volta. O prurido (coceira) é intenso, e pode haver complicações secundárias (ex:  feridas e infecções cutâneas) provocadas pelo ato de se coçar. Daí a importância do tratamento precoce e adequado, bem como da devida apuração da causa.

A base do tratamento é a administração de antialérgicos por via oral, sejam de primeira (provocam sono – melhores para os bebês) ou de segunda geração (mais modernos, e não provocam sonolência – melhores para quem já vai à escola  e/ou para uso prolongado), mas em muitos casos é necessário associá-los ou ainda acrescentar os poderosos (e danosos, por seus efeitos colaterais) corticóides. Há necessidade de internação para uso de medicações intravenosas nos casos mais rebeldes. E as reações mais graves (anafilaxia) necessitam de atendimento hospitalar de urgência e uso de adrenalina.

A consulta com o pediatra é o primeiro passo na abordagem da urticária, mas muitas vezes só se mata a charada com o teste alérgico. Se precisar, estamos aqui! Na Clínica da Criança e do Adolescente você encontra os profissionais adequados – pediatra e alergista (Dr. Renato Camilo) –  para a adequada abordagem da urticária e alergias em geral.